Empresa petrolífera associada com detenções e tortura de adeptos espirituais
Uma petrolífera estatal chinesa que visa fechar uma aquisição recorde da canadense Nexen, baseada em Calgary, é um dos empregadores mais abusivos da China, dirigindo suas forças de segurança para deter e aprisionar adeptos do Falun Gong.
O Falun Gong, uma prática tradicional chinesa de autocultivo espiritual, foi proibido na China em 1999, após sua popularidade superar a do Partido Comunista Chinês (PCC). Desde então, o regime tem realizado uma sangrenta repressão ao grupo.
O Epoch Times soube de vários casos em que praticantes do Falun Gong foram presos pelas forças de segurança da Corporação Nacional de Petróleo Offshore da China (CNOOC) e sua subsidiária, a Corporação Bohai de Petróleo.
No total, a empresa perseguiu mais de 100 funcionários por praticarem o Falun Dafa, disse um porta-voz do grupo.
As operações da CNOOC em Tianjin, na costa nordeste da China, envolvem a vida diária local. As operações da empresa de Bohai incluem tudo, desde o trânsito à habitação. Entre seus milhares de trabalhadores, havia muitos adeptos do Falun Gong.
Em vários casos, as forças de segurança da Bohai prenderam adeptos diretamente, algumas vezes saquearam suas casas ou os deteram por semanas. Em alguns casos, os adeptos que se recusaram a renunciar ao Falun Dafa foram demitidos, mas mais frequentemente foram levados por agentes da segurança da empresa para centros de detenção e instalações de lavagem cerebral.
Em janeiro de 2001, dezenas de funcionários foram enviados para centros de lavagem cerebral; os que não renunciaram a prática foram posteriormente enviados para campos de trabalhos forçados.
Em 2000, a empresa emitiu uma diretiva que praticantes do Falun Gong receberiam bonificações mínimas, com alguns funcionários perdendo até 100 mil yuanes (15 mil dólares) em seus salários.
As operações da CNOOC em outros lugares também incluem a repressão ao Falun Gong.
Em Pequim, Feng Zhiming, um gerente-geral de uma subsidiária da CNOOC, foi enviado para um centro de lavagem cerebral depois que seus supervisores o enganaram, dizendo que ele estava sendo enviado numa viagem de negócios em 9 de abril de 2010. Quando ele chegou à cidade de Haikou, província de Hainan, ele foi sequestrado para uma classe de lavagem cerebral.
Zhang Wensheng, de outra subsidiária de Tianjin da CNOOC, também foi sequestrado para a mesma classe junto com outros seis.
Secretários do PCC na CNOOC e suas subsidiárias trabalham com a “Agência 610” – uma organização similar a Gestapo e encarregada de erradicar o Falun Gong – para enganar e sequestrar funcionários para centros de lavagem cerebral.
A subsidiária CNOOC Ltda. visa expandir sua presença no Canadá através da compra da Nexen. De acordo com um ex-gerente sênior da CNOOC, a CNOOC Ltda. é pouco mais do que um veículo para atrair investidores.
Jeff Yang, um geólogo de petróleo baseado em Calgary, trabalhou para a CNOOC até 1999. Ele disse que o ramo de capital público que está negociando pela Nexen é nitidamente parte de sua controladora.
Ambas as empresas compartilham a mesma liderança e a CNOOC detém 64,4% da CNOOC Ltda. Mais importante, Jeff Yang disse que durante seu tempo na CNOOC, essas companhias compartilhavam os mesmos trabalhos internos e eram inseparáveis. “Elas são uma empresa”, disse ele.
Ligações estreitas com o Partido Comunista Chinês
Ambas as empresas também estão estreitamente ligadas ao PCC que controla a China atualmente.
Altos cargos em empresas são ocupados por secretários seniores do PCC e as posições são determinadas pelo secreto Departamento de Organização do PCC, um fato abordado por Peter Julian, um crítico dos recursos naturais do partido canadense NDP. Um alto funcionário da CNOOC, o presidente Wang Yilin, é equivalente a um vice-ministro no governo. Ele também é secretário do Grupo de Liderança do PCC, o oficial mais elevado do PCC na CNOOC.
O governo federal canadense está atualmente revendo a proposta de aquisição da Nexen feita pela CNOOC Ltda. Lucy Zhou, uma porta-voz da Associação do Falun Dafa do Canadá, diz que a aprovação deveria depender de uma garantia da empresa de que não mais demitirá, deterá ou participará na tortura e prisão de praticantes do Falun Gong.
“O governo deve exigir que a CNOOC e todas as suas subsidiárias parem de perseguir o Falun Gong antes de aprovar qualquer aquisição”, disse Lucy Zhou.
O ramo de Tianjin da CNOOC estabeleceu até mesmo um escritório especificamente para perseguir o Falun Gong, disse Lucy Zhou; e a Bohai criou um “Grupo de Tratamento do Falun Gong” ou “Grupo de casos especiais” para pressionar funcionários que praticam o Falun Gong a renunciarem a suas crenças.
Lucy Zhou disse que, desde 1999, o grupo tem monitorado casos da CNOOC trabalhando em conjunto com o PCC para deter, fazer lavagem cerebral, torturar e prender adeptos em campos de trabalho forçado. “A empresa também atribui grandes multas e demite praticantes, às vezes, saqueando suas casas.”
O Epoch Times verificou mais de uma dúzia de casos de funcionários da CNOOC sendo demitidos, presos, multados, tendo seus salários retidos ou sendo enviados para a prisão ou centros de lavagem cerebral por pessoal de segurança da CNOOC.
NDP levanta preocupações
O Novo Partido Democrático (NDP) se opôs a aquisição da Nexen, em grande parte devido à natureza opaca da revisão do governo federal sobre a compra. O NDP também levantou preocupações a respeito do registro de direitos humanos e ambiental da CNOOC.
O primeiro-ministro Stephen Harper disse numa conferência de imprensa na semana passada que o negócio ainda está sendo analisado. “Esta transação particular levanta uma série de questões políticas difíceis, questões difíceis e voltadas para o futuro, e elas serão todas consideradas na avaliação do benefício líquido deste investimento para o país, antes de tomarmos uma decisão”, disse ele.
O negócio também enfrenta o escrutínio dos EUA, onde a Nexen detém concessões offshore no Golfo do México. O presidente Barack Obama está sob pressão de alguns parlamentares para bloquear a transferência dos contratos de arrendamento para a CNOOC por razões de segurança nacional.
A revisão obrigatória de 45 dias da aquisição de 15,1 bilhões de dólares foi programada para terminar em 12 de outubro, mas o governo estendeu-a por mais 30 dias na quinta-feira.
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