Segurança aperta em Pequim antes do 18º Congresso Nacional

06/11/2012 11:23 Atualizado: 06/11/2012 11:23
Seguranças rastreiam minas na Praça da Paz Celestial para o 17º Congresso em 2007. A mesma atividade está sendo realizada este ano e muitos na China pensam que o PCC foi longe demais com suas medidas de segurança para o 18º Congresso. (Weibo)

Uma enorme operação de segurança está em andamento em Pequim, enquanto o Partido Comunista Chinês (PCC) se prepara para seu 18º Congresso Nacional, quando um novo grupo de líderes será empossado para governar o país por mais uma década.

No entanto, as medidas que estão sendo tomadas para assegurar a capital têm feito muitos pensarem que isso já foi longe demais: facas de cozinha já não podem ser compradas, aulas de ginástica escolares foram canceladas, pipas e pombos foram banidos dos céus e militares foram vistos na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) rastreando minas terrestres.

Milhares de agentes de segurança têm feito promessas juradas em conferências de vídeo para manter a ordem e a segurança impecáveis para o Congresso. “Todos os tipos de fatores de discórdia, instabilidade e insegurança existem, portanto, executem bem as medidas de segurança para o 18º Congresso e enfrentem os riscos e desafios”, advertiu Zhou Yongkang, um membro do Comitê Permanente e chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), um poderoso aparato de segurança que supervisiona quase todos os aspectos da aplicação da lei na China, num discurso de 19 de outubro.

Pequim não é a única cidade com os nervos a flor da pele por causa do Congresso. O PCC mobilizou seu aparato de segurança para outras conferências desde meados de outubro, segundo o jornal chinês Semanário do Sul.

A Secretaria de Segurança Pública Ferroviária, aeroportos, estações de televisão, bombeiros e escritórios de patrulha de fronteira na China também organizaram conferências de “manutenção da segurança” para garantir um Congresso livre de perturbações.

A província de Hebei posicionou mais de 100 mil policiais e o Departamento Provincial de Segurança Pública de Hubei anunciou “estado de guerra” para o período do Congresso. Hubei cancelou as férias de 60 mil policiais nesse período.

Mantendo sob vigilância ou jogando fora

O Gabinete Geral do Comitê Central do PCC emitiu um aviso de âmbito nacional que camaradas dirigentes não poderão viajar para o exterior, seja para visita, inspeção ou férias, exceto em situação de emergência. A proibição se estende até mesmo para viagens a Hong Kong, Macau ou Taiwan durante o Congresso, segundo o Mingjing, uma mídia chinesa no estrangeiro.

A repressão contra ativistas dos direitos humanos, peticionários e dissidentes, também aumentou de forma considerável desde agosto. Pelo menos 130 pessoas, segundo estatísticas incompletas do grupo ‘Vigilantes dos Direitos Civis e da Subsistência’, estão sob prisão domiciliar.

Esses ativistas que não podem ser mantidos nas cidades são jogados para fora: o proeminente ativista dos direitos humanos Hu Jia foi expulso de Pequim em 25 de outubro. “Você não acha que isso é absurdo? Sua insanidade chegou a um novo nível”, disse Hu Jia numa entrevista.

Wang Lihong, um ativista dos direitos de Pequim, disse à Rádio Free Asia (RFA), que foi solicitado a deixar Pequim durante o Congresso e “sair de férias”. Vários outros ativistas da SIDA e pró-democracia, bem como advogados do interesse público, também foram orientados a sair, informou a RFA.

Motoristas de táxi de Pequim também foram incomodados. De acordo com o Sr. Wang, um motorista de táxi de Pequim falando à Rádio França Internacional (RFI), os proprietários de táxi foram obrigados a retirar as maçanetas das portas e manivelas dos vidros dentro de seus táxis para que os passageiros não possam abrir as portas ou janelas para distribuir panfletos de protesto.

Os cidadãos de Pequim têm sido mais incomodados do que durante os Jogos Olímpicos de 2008 em Pequim, quando as medidas de segurança foram opressivas, segundo a RFI.

Mesmo comentaristas confiáveis pró-regime estão se queixando dos incômodos. Yang Rui, um âncora da televisão estatal conhecido por suas frequentes declarações nacionalistas, reclamou em seu blogue que ele recentemente não pôde sequer comprar uma faca para cortar frutas. Elas foram todas removidas pelos donos dos supermercados, sob ordens para o 18º Congresso.

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