Em junho, seremos mais de 202 milhões de torcedores. O número parece impressionante, mas a estimativa é que em algumas décadas, o crescimento vegetativo brasileiro seja negativo.
“90 milhões em ação, pra frente Brasil do meu coração”. Para os mais jovens estes versos podem não significar nada, mas, em 1970, durante a Copa do Mundo no México, foi essa canção de Miguel Gustavo que embalou o sonho realizado do tricampeonato mundial de futebol. No dia 12 de junho deste ano, quando a bola começar a rolar na primeira partida da Copa do Mundo no Brasil, já seremos mais de 202 milhões de torcedores.
Segundo estimativa do IBGE para 2014, nascerão até o último dia deste ano 2.933.186 brasileiros, ao mesmo tempo em que outros 1.227.792 vão morrer até 31 de dezembro. Isso é pura estatística. A diferença entre os dois números é de 1.705.394. Esse é o nosso crescimento vegetativo.
Desde 2000, início da série histórica que baseou esta matéria, temos uma redução do número de nascimentos enquanto que o de mortes – antes em queda – começou a crescer a partir de 2005. Isso acontece porque a população brasileira envelhece em ritmo acelerado. E mais, em 2042 – mesmo sem saber exatamente que país sediará a Copa deste ano distante e improvável para muitos – temos uma certeza: o número de mortes no Brasil (2.127.426) vai superar pela primeira vez o número de nascimentos (2.155.097), e nossa população (então de 228.350.924 habitantes) diminuirá. Processo, aliás, que se manterá irreversível provavelmente por décadas.
Importante frisar que os números do IBGE – claro – não consideram a possibilidade de guerras, epidemias ou outro episódio que poderiam subverter ou alterar a ordem natural das coisas.
Ainda sobre os nascimentos, muitos podem imaginar que – no país do samba e do futebol – seja o carnaval o maior motivador dos relacionamentos que levem ao crescimento das estatísticas. O IBGE nos surpreende mais uma vez. Afinal, março é o mês campeão de nascidos há três anos consecutivos, o que indica que – meses antes – os casais se encontraram num dia mais friozinho dos meses de junho ou julho.
Essa matéria foi originalmente publicada pelo site Opinião e Notícia