O calendário chinês é também conhecido como calendário Yin ou Xia, o Calendário Lunar.
Suas origens supostamente remontam ao ano de 2100 a.C., na Dinastia Xia. Segundo a lenda, o Imperador Huang Di pode ser considerado o criador do calendário. Mas durante a revolução de 1949, o Partido Comunista declarou este como pertencendo às “Quatro Coisas Velhas” e o taxou de mito e superstição.
No entanto, os fazendeiros chineses acreditam neste calendário e suas previsões até hoje. Isso dá credibilidade à suposição de que as previsões são baseadas em observações científicas, refletindo profundos insights sobre as leis da natureza.
Ciência ou superstição?
O ano lunar chinês começa com a lua nova e a primavera (Chun Fen), seguido de um período chuvoso (Yu Shui), e da lua nova que trás tempestades, assim como a elevação e baixa do oceano.
O ano inteiro é dividido em quatro estações, 12 meses e 24 períodos menores de duas semanas que abarcam estritamente os ciclos “Shuo” e “Wang”, a lua nova e a lua cheia. Isso significa que há outra divisão de acordo com o apogeu ou o declínio da lua.
Isso parece fazer sentido, uma vez que a ciência afirma que fenômenos naturais ocorrem de acordo com as fases da lua. Os antigos chineses observavam esses períodos duas vezes ao mês e transmitiram seus significados. Segundo eles, a mudança das estações, e a maré e o fluxo do mar, podem ser precisamente previstos, assim como o momento mais favorável para o plantio, ou quando esperar uma frente fria.
Mas há um problema: a dificuldade do calendário chinês está em sua diferença em relação ao calendário Ocidental baseado nos 365 dias. O mês lunar dura 29 ou 30 dias, perfazendo um calendário lunar anual 11 dias mais curto do que o ano baseado nos 365 dias do calendário Ocidental. Os antigos chineses descobriram que sete anos de 13 meses cada atingem um calendário solar de 19 anos.
Observações e cálculos astronômicos determinam quando esse 13º mês ocorre, e o que poderia acontecer durante este ano. Um ano bissexto é visto como desfavorável para a colheita e propenso à guerra e a catástrofes.
Astrologia chinesa, diferente da ocidental
A astrologia chinesa é muito diferente da sua contraparte Ocidental. O zodíaco Ocidental calcula as previsões de acordo com o alinhamento dos planetas, enquanto que o chinês considera os padrões de interação entre a Terra, o Céu e o homem como um todo.
Este é parcialmente o motivo pelo qual os chineses dão tanta importância aos cinco elementos, porque o mundo natural informa previsões.
Os dez troncos-celestes e os doze ramos-terrestres
Os dez troncos se referem às mudanças nos cinco elementos, madeira, fogo, terra, metal e água; manifestando-se hora como yin e hora como yang, e, desta forma, representando 10 energias diferentes. Os elementos constituem uma progressão lógica para descrever a criação e a decomposição na natureza.
Os doze ramos terrestres, também conhecidos como os 12 animais do zodíaco, formam um ciclo de 60 anos no calendário lunar, uma vez que as variações elementais de cada animal somam exatamente 60 combinações. Porque os animais são criaturas da Terra, os chineses inventaram símbolos de animais para ilustrarem os recorrentes Ramos-Terrestres. Um animal específico reina durante um ano em combinação a um elemento. Para 2010 é o tigre em combinação com o metal. Em 2011 o elemento se mantém o mesmo, mas o animal é o coelho, etc.
Os cinco elementos
Segundo a teologia chinesa, os cinco elementos de madeira, fogo, terra, metal e água são os pilares do cosmos. Suas propriedades e inter-relações levam a idiossincrasias da matéria. Toda a matéria busca a harmonia e o equilíbrio, tornando indispensável ter os elementos e as energias da vida em sintonia.
O calendário representava uma maneira das pessoas agirem apropriadamente de acordo com os acontecimentos na natureza e no cosmos e garantirem a segurança, a felicidade e a vida.