Sedenta por petróleo, China investe bilhões em novas explorações

18/09/2013 15:51 Atualizado: 18/09/2013 15:51
A fachada da gigante petrolífera chinesa CNOOC (Frederic J. Brown/AFP/Getty Images)
A fachada da gigante petrolífera chinesa CNOOC (Frederic J. Brown/AFP/Getty Images)

A República Popular da China (RPC) planeja investir US$ 13 bilhões em explorações de petróleo e gás este ano, depois que o líder chinês Xi Jinping fez uma turnê pelos vizinhos ricos em petróleo para fechar acordos. Ao mesmo tempo, empresas estatais de petróleo chinesas estão comprando maiores participações em explorações petrolíferas estrangeiras, na esperança de satisfazer o apetite de energia da incipiente classe de consumo doméstico da China.

Xi Jinping visitou os países vizinhos da Ásia Central no início de setembro num tour de “diplomacia energética”, gastando dinheiro e apertando mãos no trajeto. No Turcomenistão, ele inaugurou a produção no enorme campo de Galkynysh, uma joint-venture, triplicando as importações da China provenientes do país, segundo o The Economist.

No Cazaquistão, a RPC colocou cerca de US$ 30 bilhões em negócios, que incluiu 8,33% de participação no grande campo petrolífero de Kashagan e, no Uzbequistão, fechou acordos de US$ 15 bilhões em petróleo, gás e urânio, informou o The Economist.

Esforçando-se para maximizar sua produção de energia, a RPC também aumentou seus investimentos no petróleo nacional e na exploração de gás, informou a mídia estatal nesta semana, enquanto a companhia petrolífera estatal Sinopec comprou uma participação na exploração no Egito de uma companhia de petróleo norte-americana.

Consciente de que a esperada transição para uma economia de consumo seja alimentada e impulsionada pelo aumento do consumo de energia, a China planeja dobrar seu nível de produção nacional de gás até 2020, a partir do nível de produção de 2011. Mas para atender a demanda, eles também terão de aumentar as importações de gás natural, diz Oilprice.com, um site que monitora o preço do petróleo.

A estratégia da China para garantir uma fonte estável de importações de petróleo para o futuro é penetrar nos projetos de desenvolvimento energético de petróleo de seus vizinhos pobres, mas ricos em petróleo.

Abocanhando ativos de hidrocarbonetos no exterior, a empresa estatal Corporação Nacional de Petróleo da China (CNPC) investiu US$ 12 bilhões num empreendimento no Equador com a estatal PetroEcuador e sua contraparte na vizinha Venezuela, como joint-ventures, relatou o The Australian.

Na América do Norte, a China adquiriu recentemente participações importantes ou propriedade total de grandes empresas de energia canadenses, como a aquisição de US$ 15,1 bilhões da Nexen, a operadora das areias betuminosas no Canadá, informou o site Oilprice. A publicação diz que as empresas chinesas agora estão mirando as empresas de energia menores canadenses.

A expansão das aquisições de energia da China na África continua com um recente investimento de US$ 5 bilhões no Quênia e financiamento de infraestrutura em Uganda, onde a empresa estatal chinesa Cnooc Ltd. tem se associado com os países europeus para desenvolver os campos de petróleo da Uganda, estimados em 3,5 bilhões de barris.

Enquanto isso, em Pequim, cidadãos esperam ganhar uma autorização para comprar licenças de automóveis numa loteria oficial com chances de 80 para 1.