A Secretaria de Turismo de Taiwan retirou o pedido, enviado em 26 de setembro, às prefeituras do país, pedindo que todos os cartazes sobre a prática espiritual do Falun Gong fossem removidos. O vice-diretor-geral da Secretaria afirmou que a ordem era um “erro de principiante”, segundo a mídia local.
O Falun Gong é uma disciplina espiritual e tradicional chinesa composta de exercícios lentos e suaves e meditação. A prática é brutalmente perseguida na China continental desde 1999, mas é praticada livremente em Taiwan. Praticantes da pequena nação-ilha aproveitaram a indústria do turismo em expansão da China para colocar cartazes em locais turísticos, demonstrando aos chineses do continente que a prática é pacífica, saudável e injustamente perseguida – e não um grupo político nefasto que quer a destruição da China como descrito na propaganda do Partido Comunista.
A resposta à solicitação da Secretaria de Turismo, datada de 26 de setembro, foi rápida: os legisladores e intelectuais em Taiwan, perpetuamente desconfiados da presença invasora do Partido Comunista Chinês (PCC) no próprio país, ficaram furiosos com a óbvia tentativa de restrição da liberdade de expressão, uma característica que os taiwaneses têm motivo de orgulho.
Tien Chiu-chin, uma legisladora da oposição no Partido Democrático Progressista, questionou qual a relação da Secretaria de Turismo com o conteúdo dos outdoors em Taipei. “Isso é totalmente abominável”, disse ela sobre a tentativa de restrição.
Chen Ting-fei, outro legislador do Partido Democrático Progressista, disse numa entrevista ao Epoch Times que o governo de Ma Ying-jeou, que lidera o Partido Nacionalista, deve ser cauteloso sobre atender ao regime comunista chinês e suas demandas antidemocráticas.
Seus pontos de vista foram ecoados por alguns funcionários do governo local; Chang Ch’u-lung, um chefe municipal na cidade sulina de Taichung, julgou o documento como “lixo” quando o leu, porque o Falun Gong é um grupo civil pacífico em Taiwan e o governo não tem razão para suprimir seus direitos, disse ele numa entrevista.
Após essas visões serem difundidas pela mídia e conferências de imprensa animadas serem realizadas, o vice-diretor-geral da Secretaria de Turismo, Chang Hsi-tsung, em 22 de outubro, repudiou a ordem como um “erro de principiante” de um funcionário novato, segundo a versão inglesa do jornal Taipei Times. Ele disse que haveria uma nova ordem na próxima semana.
Flora Chang, uma representante do Falun Gong e professora da Universidade Nacional de Taiwan, disse ao jornal: “Isso foi uma humilhação gravíssima para o Falun Gong e seus praticantes. Se isto não é fascismo, então o que é?”