A secretária de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, se pronuncia apenas quando o assunto é de interesse do governo e/ou pode ser utilizado para obtenção de alguma vantagem nas eleições que se aproximam. Isso fica claro por suas atitudes e declarações.
Porém, quando se trata de defender as vítimas da violência e não os criminosos; que são tratados como coitadinhos vitimizados pela sociedade capitalista e a classe média fascista malvada, Maria do Rosário parece perder a voz. Se o assunto puder afetar de algum modo o PT ou a reeleição de Dilma Rousseff, nossa, a secretária perde logo os cinco sentidos.
Maria do Rosário antecipou o retorno das férias para tratar de um assunto de suma importância, a decapitação de presos e desrespeito aos “Direitos Humanos” de bandidos no Maranhão. Nem uma única palavra sobre a menina Ana Clara, de seis anos, que morreu devido às queimaduras sérias que sofreu em ataque de criminosos a ônibus em São José do Ribamar/MA. O caso é tratado como homicídio pelo Ministério Público do Maranhão, que indiciou sete pessoas pelo assassinato.
Mas falar de Ana Clara e assistir a família da menina não proporciona a polêmica e a audiência de defender criminosos.
E depois de também não tomar uma atitude que fosse em relação ao monstro da Casa Civil, Eduardo Gaievski, Maria do Rosário também assume o papel dos “três macacos sábios” e se faz de muda, cega e surda quando se trata de responder a questionamentos sobre o prefeito de Coaria (AM), Adail Pinheiro, acusado de crimes sexuais contra menores e alvo de mais 70 processos.
Falar de ambos e oferecer apoio às vítimas que é bom, nada. Óbvio, seria confessar que há corruptos no partido. Na mente de Maria do Rosário que se dane o idoso de 81 anos que morreu de infarto após receber a notícia de que a bisneta faleceu.
Mas Maria do Rosário não defende apenas os bandidos, ela também abre a bocarra para falar de “crimes de ódio”, pois rende audiência e votos para Dilma. Um exemplo perfeito é o caso do jovem Kaique Augusto Batista dos Santos, que foi encontrado morto em baixo de um viaduto no centro de São Paulo/SP.
Como o jovem é gay e sua morte ocorreu de madrugada e o garoto estava desfigurado, a secretária de Direitos Humanos tratou logo de emitir comunicado e se posicionar sobre o caso taxando-o como “crime de ódio”. Kaique era gay e Maria do Rosário covardemente se aproveitou da situação para falar em assassinato motivado por homofobia, como se ela estivesse por dentro das investigações, tivesse lido algum laudo (que saiu após seu comunicado) e/ou fosse dona da verdade absoluta e capaz de dizer o que ocorreu sem saber nada sobre.
Erro grave de alguém na posição da secretária, pois até a mãe (que no começo achava o mesmo que Maria do Rosário) assumiu que o filho cometeu suicídio. É claro que há imensa dificuldade em admitir um suicídio de um filho, pois os pais costumam se culpar, sendo mais fácil e confortável acreditar em um assassinato. Mesmo assim, a mãe de Kaique (Isabel Cristina Batista) reconheceu o suicídio do filho após encontrar uma “carta” de despedida no diário de seu filho e ver as provas da polícia de que o menino se suicidou.
Uma perfuração na perna era usada de desculpa para um suposto espancamento seguido (ou precedido) por tortura, contudo, a polícia afirma que a lesão foi causada na queda do viaduto de onde Kaique se atirou aos braços da morte. Os peritos indicam que Kaique realmente se atirou do viaduto. Houve até manifestação incitada pelas acusações de Maria do Rosário e ativistas irresponsáveis, que também julgaram e encerraram o caso sem ter acesso a nenhuma das informações da investigação. Manifestação contra homofobia por causa de um suicídio?
É constrangedor ver a mudança do discurso de quem acusava e agora diz: “É muito cedo para confirmar o suicídio”. Ora, não era muito cedo para confirmar o assassinato movido a homofobia, mas é cedo demais para confirmar o suicídio? Dois pesos e duas medidas?
Além da vergonha que passa Maria do Rosário por tentar prematuramente tirar proveito político da situação em prol da reeleição de Dilma (conseguindo justamente o contrário, pois isso pode vir à tona durante a campanha e ser mais um ponto negativo para a presidente e seu partido), esta também cometeu dois crimes, segundo o artigo 340 do Código Penal Brasileiro.
1 – Anúncio de falso crime
2 – Mobilização da autoridade
Eis o artigo: “Art. 340 – Provocar a ação da autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime ou de contravenção que sabe não se ter verificado: Pena – detenção, de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa”.
Os crimes foram cometido ao emitir o comunicado onde podemos ler claramente:
1 – “A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) vem a público manifestar solidariedade à família de Kaique Augusto Batista dos Santos, assassinado brutalmente” (A polícia e seus peritos já indicavam o suicídio e não havia como não há prova alguma de assassinato. Crime: Anúncio de falso crime).
2 – “A ministra (é secretária e não ministra) da SDH/PR, Maria do Rosário, designou o coordenador-geral de Promoção dos Direitos de LGBT e presidente do Conselho Nacional de Combate a Discriminação LGBT, Gustavo Bernardes, para acompanhar o caso pessoalmente”.
“… a SDH/PR está acompanhando o caso junto às autoridades estaduais, no intuito de garantir a apuração rigorosa do caso e evitar a impunidade”.
Fica clara a mobilização (provocação de ação) da(s) autoridade(s), com ordens diretas de Maria do Rosário. A secretária de Direitos Humanos da Presidência da República cometeu dois crimes e nada ocorrerá; nem um pedido de desculpas à população, pelo contrário, não me surpreenderei se insistirem no assassinato mesmo havendo a definição do suicídio e houver tentativas de desmoralização das ações da polícia.
Vivemos uma época de inversões promovidas pelas “autoridades”, onde suicídio vira assassinato brutal motivado por homofobia, crianças assassinadas brutalmente são esquecidas enquanto os criminosos vitimizados e crimes de todo tipo viraram culpa das vítimas e não dos criminosos que os cometem. Tudo utilizado para fins políticos e partidários, em detrimento dos cidadãos honestos, trabalhadores e ordeiros aos quais essas mesmas autoridades devem servir e jamais se esquecer que são eles que pagam seus polpudos salários.
Maria do Rosário e toda a trupe são funcionários dos cidadãos e devem agir em favor dos interesses destes (já que existe o Estado, apesar de não ser legítimo, pois é financiado através de extorsão, repressão e o monopólio da força) não ao contrário.
Uma excelente frase de Abraham Lincoln me vem à mente: “É melhor calar-se e deixar que a pessoas pensem que você é idiota do que falar e acabar com a dúvida”. O problema é que Maria do Rosário se cala apenas quando deveria prestar esclarecimentos e fala quando lhe convém. Ao menos, desta vez, por falar quando não deve se colocou em situação vexaminosa, enquanto seu silêncio pelo que realmente importa é constrangedor.
Esse artigo foi originalmente publicado pelo Instituto Liberal