Se fizer delação premiada, Vaccari acaba com governo do PT

18/11/2014 07:30 Atualizado: 17/11/2014 20:39

Notícias divulgadas sábado (15) pela Folha de S.Paulo e pelo Correio Braziliense confirmam informações anteriores da Tribuna da Internet, postadas sexta-feira de manhã com absoluta exclusividade, dando conta da extrema gravidade da situação em que se encontra o PT e o governo, em função das ligações diretas entre o ex-diretor Renato Duque e o tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, no esquema de corrupção da Petrobras.

As relações entre eles se tornaram tão fortes e íntimas, que Vaccari chegou a viajar de Brasília para o Rio de Janeiro, como convidado especial do casamento de uma das filhas do ex-diretor da Petrobras.

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O fato é que a situação no Planalto, no PT e no Instituto Lula é de pânico e apreensão. Somente alguns petistas sabem onde se encontra Vaccari, que passou a ser a peça-chave do próximo desdobramento da Operação Lava Jato, porque o tesoureiro do PT inevitavelmente terá sua prisão preventiva decretada na próxima etapa, quando a Polícia Federal for recolher os últimos envolvidos.

Tudo depende de Vaccari

Na verdade, o futuro do PT, do ex-presidente Lula e de sua sucessora Dilma Rousseff, tudo depende hoje diretamente de Vaccari. Caso aceite fazer delação premiada, ele se transformará num homem-bomba que pode detonar todo o conluio de perpetuação do partido no poder, além de acelerar o consequente impeachment da presidente Dilma.

Com toda certeza, outros importantes petistas serão atingidos, como José Dirceu, que também chefiava essa quadrilha da Petrobras, José Genoino, que à época era presidente do partido, e Delúbio Soares, que era tesoureiro antes de Vaccari. Da mesma forma, outros mensaleiros da base aliada que participaram dos dois esquemas também serão novamente processados e condenados, porque desta vez não se pode esperar complacência e subordinação do Supremo Tribunal Federal ao Planalto. Tudo tem limites. Se o governo e o PT vão explodir, os ministros do STF vão tirar o corpo fora.

Detalhe: José Vaccari Neto já responde a outro processo sobre irregularidades na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, que ele presidiu no governo Lula entre 2004 e 2010. Segundo a denúncia do Ministério Público, em vez de aplicar o dinheiro para erguer apartamentos, a Bancoop de Vaccari desviava recursos para contas bancárias de seus diretores e para abastecer o caixa 2 de campanhas do PT, incluindo a que levou Lula ao segundo mandato na Presidência. Neste processo, Vaccari é réu por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Justamente por isso, é ele quem cuida das finanças do PT. O homem certo no lugar certo, como se dizia antigamente.

Embora tenha ficado de fora do processo no Supremo Tribunal Federal, Vaccari também era suspeito de cobrar propinas para financiar o mensalão no tempo em que exerceu a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, bancos e corretoras.

Onde está Vaccari?

Diante de um elemento com tamanha folha corrida, é óbvio que a Procuradoria Federal do Paraná e o juiz Sérgio Moro logo determinarão a prisão preventiva do tesoureiro do PT, pois está mais do que comprovado que ele é um dos principais responsáveis pela corrupção na Petrobras. Mas ninguém sabe onde está.

A situação é tão delicada que já circulam informações de que Vaccari pode sumir definitivamente, fugindo do país, como aconteceu com Henrique Pizzolato, e há também rumores que exageram, dando conta de que o Tesoureiro do PT pode até mesmo desaparecer do mapa terrestre.

Como o célebre personagem de Alfred Hitchcock, o bancário José Vaccari Neto é hoje o homem que sabia demais e seu futuro não vale uma nota de 3 dólares.