Satélites detectam navios chineses comercializando petróleo ilegalmente com Coreia do Norte

29/12/2017 17:55 Atualizado: 29/12/2017 17:55

Navios chineses andaram transferindo ilegalmente petróleo para navios da Coreia do Norte no Mar Ocidental, de acordo com imagens de satélite de reconhecimento norte-americano.

A ação viola as restrições da ONU sobre a venda de petróleo que visam restringir as ambições nucleares do regime norte-coreano.

Os satélites de reconhecimento dos Estados Unidos detectaram transferências em alto mar cerca de 30 vezes desde outubro, informou o jornal sul-coreano Chosun IIlbo. O comércio ilegal ocorreu mais próximo da China do que da Coreia do Sul, de acordo com uma fonte do governo sul-coreano citada na reportagem.

“Precisamos nos concentrar no fato de que o comércio ilegal começou depois que uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de setembro limitou drasticamente as importações de petróleo refinado da Coreia do Norte”, disse a fonte.

Depois da pressão feita pelo presidente norte-americano Donald Trump, a ONU decidiu impor restrições ao comércio de petróleo como parte de uma tentativa de limitar o programa de mísseis nucleares do regime norte-coreano, depois de uma série de testes de mísseis acompanhados por um aumento da retórica militar e das ameaças. As sanções também proíbem a Coreia do Norte de importar gás natural.

No mês passado, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos incluiu seis empresas de transporte marítimo e comerciais norte-coreanas e 20 de seus navios em uma lista de sanções.

“Sabe-se que a Coreia do Norte utiliza práticas marítimas enganosas, incluindo transferências entre navios, uma prática proibida pela Resolução do Conselho de Segurança da ONU (UNSCR) n.º 2.375 de 11 de setembro de 2017”, conforme declaração do Tesouro dos Estados Unidos.

O jornal Chosun IIlbo chama atenção para o fato de que os embargos petrolíferos impostos à Coreia do Norte não têm sentido se a transferência ilegal através de navios chineses continuar.

Imagens produzidas em 19 de outubro de 2017 mostram uma tentativa recente do navio coreano Rye Song Gang 1 da Kumbyol Trading Company de realizar uma transferência entre navios, possivelmente de petróleo, em um esforço para driblar as sanções da ONU (Departamento do Tesouro dos EUA)
Imagens produzidas em 19 de outubro de 2017 mostram uma tentativa recente do navio coreano Rye Song Gang 1 da Kumbyol Trading Company de realizar uma transferência entre navios, possivelmente de petróleo, em um esforço para driblar as sanções da ONU (Departamento do Tesouro dos EUA)

A China é o parceiro comercial número um da Coreia do Norte mas oficialmente o país afirma que respeita as sanções da ONU. Em um comunicado recente, a China alegou que seus dados de exportação mostravam que nenhum de seus produtos petrolíferos havia sido exportado para a Coreia do Norte em novembro.

O Conselho de Segurança da ONU impôs novas sanções à Coreia do Norte na última sexta-feira (22) em resposta ao seu recente teste de mísseis balísticos intercontinentais. Parte da resolução elaborada pelos Estados Unidos busca proibir quase 90% das exportações de petróleo refinado para a Coreia do Norte, limitando-as a 500 mil barris por ano.

A resolução também limita o fornecimento de petróleo bruto à Coreia do Norte a 4 milhões de barris por ano e obriga o Conselho de Segurança a fazer novas reduções se outro teste nuclear for realizado ou outro missil balístico ICBM for lançado.

Na terça-feira (26), o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos impôs sanções a dois altos funcionários norte-coreanos envolvidos no programa de mísseis nucleares do regime.

As tensões aumentaram este ano devido aos programas nucleares e de mísseis da Coreia do Norte que desafiam anos de resoluções do Conselho de Segurança da ONU.

A Coreia do Norte afirma que suas armas nucleares são uma dissuasão autodefensiva e que não contradizem o direito internacional.

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