São Paulo tem primeiro protesto contra a Copa sem detidos

31/03/2014 14:24 Atualizado: 31/03/2014 14:24

Entre 1,5 e 2 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar (PM) participaram do quarto protesto do ano em São Paulo contra o dinheiro gasto para a realização da Copa do Mundo em detrimento dos serviços públicos. Os ativistas saíram da praça do Ciclista, às 19h30, passaram pelas avenidas Paulista e Brigadeiro Luís Antônio e percorreram ruas do centro da cidade. O fim do protesto foi na Praça da República, com a convocação do próximo ato para o dia 15 de abril, em frente ao Masp, com o tema “Se não tiver Saúde, não vai ter Copa”.

Antes do início da marcha, os ativistas leram um manifesto pedindo mais qualidade no transporte público, contra abusos no Metrô e contra o gasto de dinheiro público na construção de estádios para a Copa. Segundo a Polícia Militar, às 19h22, aproximadamente 800 ativistas estavam na concentração do protesto.

Os manifestantes seguiram em passeata por ruas da capital, cercados pela escola da polícia. Sem confrontos, a passeata terminou por volta das 22h sem registro de prisões.

Segundo o tenente-coronel Marcelo Pignatari, cerca de mil policiais participaram da segurança do ato, incluindo os agentes chamados de “tropa do braço”, especializados em confrontos sem o uso de armas. “A PM não precisa esperar a quebra da ordem para justificar a ação. A estratégia do isolamento dos manifestantes se mostrou acertada e o judiciário deu parecer favorável à ação”, afirmou.

O responsável pelo policiamento do ato afirmou que o único problema para o trabalho da polícia durante o protesto foi a falta do trajeto da passeata.

O artesão Antônio José da Silva, 49 anos, presença conhecida em outros protestos na capital paulista, pediu que as pessoas se unam para buscar as melhorias sonhadas para o País. “O Brasil está sendo saqueado. Espero que as pessoas se unam a nós e venham para a rua porque para eles a corrupção é arte e protestar é crime”, disse lembrando os casos do mensalão, Petrobras e cartel do Metrô. “Todo dia é um roubo diferente. Quando o barco afundar, vai todo mundo junto”.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no portal Anonymous Brasil