Sanções contra Coreia do Norte tão fortes quanto turnê asiática de Trump

08/11/2017 09:38 Atualizado: 16/11/2017 16:53

As sanções que estão prejudicando a economia norte-coreana podem se intensificar se o presidente Donald Trump tiver sucesso em uma de suas metas gerais para sua turnê atual por vários países asiáticos.

A principal prioridade do presidente durante sua turnê pela Ásia é fortalecer a determinação internacional de desnuclearizar a Coreia do Norte, disse um funcionário da Casa Branca a repórteres no dia 5 de novembro.

O presidente Donald Trump pedirá ao regime chinês que faça mais do que cumprir suas obrigações com a resolução do Conselho de Segurança da ONU para a Coreia do Norte quando ele chegar lá na quarta-feira, 8 de novembro. Informações de que a China já esteja expulsando os trabalhadores norte-coreanos antes do prazo da ONU de 120 dias indica que isso já poderia estar acontecendo.

A cooperação da China com as sanções tem sido vista como vital para garantir que elas tenham um impacto.

A Coreia do Norte, que é considerada muito resistente às sanções comerciais internacionais, reclamou amargamente da redução dos fluxos de comércio e de capital.

KCNA, uma das agências oficiais de notícia do regime, divulgou em 5 de novembro os esforços do regime para apelar para as Nações Unidas sobre a sanção. O porta-voz do regime descreveu as “sanções brutais” como “genocídio”.

Sem citar nenhum país, o regime disse que as sanções foram condenadas pela comunidade internacional porque ameaçavam “o gozo pelo povo da RPDC de seus direitos humanos em todos os setores”.

O regime, destinatário da ajuda externa ao longo de sua existência, reclamou que as sanções haviam frustrado as organizações humanitárias internacionais ativas no país.

De acordo com desertores da Coreia do Norte, no entanto, o auxílio à Coreia do Norte deu ao regime mais recursos para persistir em sua política de Songun ou “militar primeiro”, que prevê priorizar a capacidade militar em relação a qualquer outra preocupação internacional ou doméstica, inclusive a alimentação de seus cidadãos.

Alguns desertores da Coreia do Norte defenderam que a única ajuda externa que deveria ser enviada para a Coreia do Norte é ração animal.

“Ração que você envia para gado e para cavalos e galinhas é o que ganha o povo da Coreia do Norte”, disse o desertor Hye Sook Kim a uma comissão parlamentar canadense em 2012.

“Você precisa de algo na sua barriga para sobreviver, então eu penso que o apoio alimentar é provavelmente o mais importante, mas que precisamos lembrar que tipo de comida realmente tem chegado aos norte-coreanos.”

Sanções e uma seca na primavera passada têm feito dos preços dos alimentos na Coreia do Norte uma montanha-russa e aumentado os relatos sobre uma escalada de esquemas de suborno de autoridades norte-coreanas, bem como novos impostos e taxas.

Um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA disse que o Governo Trump empurrou o regime norte-coreano “para níveis [de corrupção] sem precedentes em todo o mundo”.

O resultado foi a cooperação internacional para as sanções, bem como o isolamento diplomático e a expulsão de trabalhadores norte-coreanos.

“Nosso objetivo nesta campanha de pressão é persuadir o regime norte-coreano de que a única maneira de alcançar a estabilidade que busca é abandonar seu caminho atual e abraçar um diálogo significativo sobre um futuro diferente”, disse o porta-voz do Departamento de Estado.

Mais de 20 países já restringiram as atividades diplomáticas norte-coreanas, enquanto México, Peru, Espanha, Itália e Kuwait anunciaram a expulsão dos embaixadores da Coreia do Norte. Portugal e os Emirados Árabes Unidos suspenderam as relações diplomáticas e as Filipinas e Taiwan suspenderam todo o comércio com a Coreia do Norte.

“Outros países reconheceram que as sanções da ONU não são suficientes e adotaram medidas autônomas adicionais ─ incluindo a União Europeia, Austrália, Coreia do Sul, Japão e Letônia”, disse o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA.

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