Eu cansei de todo o movimento Salve a Terra. Isto pode parecer blasfêmia, vindo de um ambientalista declarado, mas é verdade. Quando me pedem para fazer apresentações verdes para grupos comunitários, meus anfitriões muitas vezes sugerem títulos com algum tema de proteger o planeta. Isto é uma falsa premissa e se tornou cansativo. A verdade é que nossa notavelmente resistente Mãe Terra ficará bem. Somos nós que necessitamos ser salvos.
Os seres humanos estão sem dúvida causando estragos no próprio lar. Estamos saqueando seus recursos, alterando sua atmosfera e matando os outros habitantes, com os quais partilhamos seu esplendor verde. Mas quando tudo estiver dito e feito, quando os últimos suspiros de ursos polares forem exalados, quando a última gota de petróleo for queimada e o último vapor de gás de efeito estufa for emitido, a Terra perdurará. Mas nós, a espécie humana, possivelmente não.
A maioria dos cientistas agora acredita que estamos no meio da sexta grande extinção em massa na história da Terra. Com milhões de espécies susceptíveis de serem perdidas e não há garantia de que não estejamos entre elas. Agora, você pode ver isso como uma visão apocalíptica e triste, no entanto, isto não é entendido como uma previsão, mas, pelo contrário, como um esclarecimento pelo qual estamos lutando.
O ambientalismo não é sobre como salvar a Terra, trata-se de salvar a nós mesmos. Eu sou um otimista. De condores até banheiros secos, eu tenho escrito muito sobre a promessa e a possibilidade de um futuro verde e melhor. Um movimento ambiental planetário está em ascensão. As pessoas estão tomando medidas. Tecnologias verdes novas e antigas estão sendo adotadas.
No entanto, minha escrita tem também um lado pragmático. Eu abordei temas obscuros cheios de perigo: produtos químicos tóxicos à espreita em nossas casas, perfurações desenfreadas de gás natural e nossa crescente desconexão com o custo e as consequências do desperdício de nosso precioso planeta.
Nem Polyana nem Cassandra, eu desembarco exatamente no meio – um lugar de esperança. Eu não acredito que nosso destino seja inalterável. Estou convencido de que ainda temos o que dizer sobre o assunto e uma escolha a fazer. Mas também acredito que nossa janela de oportunidade para fazer esta escolha está se fechando.
Anos atrás, eu dei uma série de palestras educativas que chamei de “Escolhas para o Futuro”. A premissa era que você e eu fazemos escolhas a cada dia, escolhas que importam. Acionar o interruptor de luz entre ligado ou desligado; comprar este produto ao invés daquele; jogar uma lata de refrigerante no lixo ou no recipiente de reciclagem – tudo gera consequências para nosso futuro.
Estas escolhas se somam, dia a dia, pessoa por pessoa, em todo o planeta. Se um número suficiente de nós fizer escolhas corretas o suficiente, talvez possamos garantir nosso futuro. Se falharmos, devido à ignorância, apatia ou antipatia, é o nosso futuro – o futuro de nossas crianças – e não o da Terra que estaremos colocando em risco.
Outros disseram isto melhor do que eu:
“Se você acredita que a vida humana tem um sentido, propósito, direção ou destino, você sabe em seu coração que nossa vida está ligada a tudo e juntos e sempre com a vida dos animais que estavam presentes na nossa criação”, escreveu o biólogo Victor Scheffer. “Se sobrevivermos, cuidaremos das baleias e de outras criaturas selvagens, e, se perecermos, por nossa própria esperteza, o fim das coisas selvagens terá sido um aviso antecipado da nossa loucura.”
“Os Olhos do Futuro estão olhando para nós e eles oram por nós para ver além do nosso próprio tempo”, escreve o autor e ativista Terry Tempest Williams.
Cada um de nós deve escolher por si mesmo e reconhecer que ao fazer cada escolha individual também estamos escolhendo um pelo outro – por todos.
É nosso destino, o destino da humanidade, que está na balança.
Jeff Feldman administra a GreenPath Consulting, uma empresa de consultoria de construção verde. Ele vive com sua família numa casa de palha no condado de Berkeley, W.V. © Blue Ridge Press 2013
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