Salvando vidas infiltrando na rede de TV da China

12/08/2012 02:45 Atualizado: 12/08/2012 02:45

Chung Ai, filha de Chung Ting-pang, um praticante do Falun Gong taiwanês preso na China, fala num evento público em 23 de julho em Taipei. (Lin Shih-chieh/The Epoch Times)Empresário taiwanês preso por transmissões não autorizadas, herói ou vítima

Um empresário taiwanês chamado Chung Ting-pang estava a caminho de casa depois de visitar familiares na China continental quando foi sequestrado em 18 de junho pela polícia no aeroporto da cidade de Ganzhou, na província de Jiangxi, sudeste da China. A polícia disse que Chung Ting-pang estava na China porque planejava transmitir informações sobre a prática espiritual do Falun Gong no sistema de TV a cabo da China.

Chung Ting-pang, de 53 anos, é um praticante do Falun Gong, também chamado Falun Dafa. Ele também é um empresário muito amado e altamente respeitado, um gerente de TI de uma empresa de alta tecnologia na cidade de Hsinchu, Taiwan.

Chung Ting-pang foi formalmente acusado de “ameaçar à segurança nacional e pública”. A acusação detalhada alega que ele: coletou documentos secretos enquanto estava na China continental, forneceu equipamento para interferir na transmissão de TV, incentivou o povo chinês a destruir a transmissão e infraestrutura de TV e infiltrou na transmissão de TV da China continental várias vezes.

Transmissão em Changchun

Desde 5 de março de 2002, o regime chinês tem estado muito preocupado com a possibilidade de que programação não autorizada possa ser irradiada através das redes de TV a cabo do país.

Nessa data, na cidade de Changchun, na província nordeste de Jilin, um pequeno grupo de praticantes do Falun Gong utilizou um leitor de DVD e um cortador de cabo para controlar a rede de TV a cabo da cidade, transmitindo programas selecionados em lugar da cobertura de uma reunião do Partido Comunista Chinês (PCC) em Pequim pela China Central de Televisão (CCTV).

Por cerca de 50 minutos, vídeos curtos, como “Falun Dafa se espalha pelo mundo” e “Autoimolação ou farsa?”, que desmentiam a alegação de que praticantes do Falun Gong colocaram fogo em si mesmos na Praça da Paz Celestial (Tiananmen) em janeiro de 2001, foram vistos nas televisões da cidade.

As autoridades da cidade ficaram frenéticas e, num determinado momento, simplesmente cortaram a energia em grande parte da cidade, para impedir que as transmissões continuassem.

Depois que o Partido Comunista retomou o controle do sinal de TV, um reino de terror se sucedeu, pelo menos 5 mil praticantes foram caçados e uma espécie de lei marcial foi imposta. Oito dos acusados da transmissão de TV de Changchun morreram de tortura na prisão.

No entanto, transmissões semelhantes começaram a acontecer em outras partes da China, com praticantes arriscando suas vidas de boa vontade para contarem ao povo chinês sobre o que é o Falun Gong e como ele tem sido perseguido pelo regime chinês.

Arma do crime

A China não tem uma sociedade normal e a televisão na China não desempenha um papel normal. Sob a direção do PCC, a televisão pode ser transformada numa arma assassina.

O Falun Gong é uma antiga prática tradicional de qigong, que envolve fazer cinco exercícios de meditação e viver segundo os princípios de verdade, compaixão e tolerância. Ela foi transmitida através dos séculos de mestre para discípulo, mas, em 1992, o Sr. Li Hongzhi começou a ensiná-lo publicamente.

A prática se espalhou muito rapidamente e em 1999 as autoridades chinesas estimaram que 100 milhões de pessoas estivessem praticando o Falun Gong, ou seja, 1 em cada 13 chineses, mais do que o número de membros do PCC. Isso provocou medo e ciúmes no então líder chinês Jiang Zemin, que ordenou uma campanha para erradicar o Falun Gong.

Jiang Zemin entendeu que para eliminar o Falun Gong, ele tinha de virar o povo da China contra a disciplina. Assim que a perseguição começou em 20 de julho de 1999, toda a mídia chinesa começou a reportar histórias atacando o Falun Gong ininterruptamente.

A televisão desempenhou um papel fundamental neste ataque que visava envenenar os corações e as mentes de toda a nação contra a disciplina espiritual.

A CCTV produziu programas que alegavam que, “1.400 pessoas morreram por praticar o Falun Gong”. Praticantes frequentemente expunham essas afirmações mentirosas, mostrando que uma pessoa que teria morrido por praticar o Falun Gong estava viva e em boa forma, outra nunca tinha praticado o Falun Gong, etc. Mas conseguir levar essa informação ao povo chinês era difícil e perigoso.

Ainda assim, pelo primeiro ano e meio depois de iniciada a perseguição, o povo chinês não parecia muito afetado pelas mentiras incessantes. Então, em 23 de janeiro de 2001, cinco pessoas que se disseram praticantes do Falun Gong foram filmadas na Praça Tiananmen incendiando a si mesmas. Por horas, a mídia estatal inundou os canais de informação com reportagens sobre o incidente.

Entre os envolvidos na “autoimolação” estava uma menina e os programas de televisão apresentaram-na da forma mais deplorável. Mesmo que a filmagem produzida pela CCTV fosse de fato uma farsa escandalosa quando observada de perto, isso abalou a opinião pública na China. Desta vez, a propaganda prevaleceu e o povo chinês ficou furioso com o Falun Gong.

A perseguição se tornou mais severa e mais praticantes começaram a morrer. Jiang Zemin parecia ter sido vitorioso.

Segredo e perseguição

Enquanto a propaganda do regime demonizava o Falun Gong, ela não informava o que o regime fazia com os praticantes ocultamente.

Nos últimos 13 anos, 3.751 praticantes do Falun Gong foram confirmados mortos por tortura e outros abusos, segundo o Minghui, um website do Falun Gong. No entanto, o número real pode ser de dezenas ou centenas de milhares. Inúmeros estão presos em campos de trabalhos forçados, hospitais psiquiátricos, prisões e centros de lavagem cerebral, segundo o Centro de Informação do Falun Dafa.

Todos os que estão detidos, especialmente aqueles cuja localização é desconhecida da família ou amigos, estão em risco de serem vítimas da colheita forçada de órgãos de pessoas vivas. De acordo com pesquisas distintas realizadas por David Kilgour e David Matas e outra por Ethan Gutmann, entre 2000-2008, pelo menos 62 mil praticantes foram mortos para comercialização de seus órgãos.

Além das detenções em massa e das vidas perdidas, 100 milhões de pessoas tiveram seus direitos negados. Praticantes do Falun Gong frequentemente têm suas propriedades tomadas, são expulsos de seus empregos e escolas. Eles vivem constantemente ameaçados de terem suas casas invadidas pela polícia e oprimidos a não divulgarem sua crença nos princípios da verdade, compaixão e tolerância.

Salvando vidas

A transmissão dos praticantes do Falun Gong em Changchun virou o poder da mídia do regime contra ele mesmo. Enquanto antes o povo chinês esteve à mercê de palavras e imagens mentirosas, de repente, eles tiveram a chance de entender a verdadeira história do Falun Gong na China.

Outros praticantes em diversos locais imitaram aqueles em Changchun e aprenderam a usar outros métodos para alcançar o povo chinês, como passar panfletos e DVDs, colocar cartazes ou simplesmente contar a cada pessoa. Eles deram ao povo chinês a chance de compreender a dimensão da perversão do regime comunista chinês.

Com esse conhecimento, cada indivíduo chinês pode decidir entre apoiar uma campanha de tortura e assassinato ou optar pela consciência se posicionando contra isso. Cada vez que um chinês se opõe a esta perseguição, sustentar a repressão fica cada vez mais difícil.

Ao tentar infiltrar na transmissão de televisão da China, os praticantes na China estão salvando vidas e ajudando a prevenir que seus conterrâneos cometam crimes terríveis.

Chung Ting-pang certamente conhece essa história e talvez ele próprio tenha ajudado a usar a rede de TV chinesa. Mas ninguém pode saber o que ele fez baseado nas alegações do regime chinês.

Por 13 anos, o regime mentiu viciosamente sobre o Falun Gong. Casualmente destruir a vida de Chung Ting-pang com base em mentiras não é nada para os responsáveis pela perseguição.

Mas não importa o que Chung Ting-pang fez ou não, o mundo deve apoiá-lo. Ou Chung Ting-pang é inocente e foi preso e torturado provavelmente sem razão, ou ele agiu nobremente para tentar salvar o povo chinês das mentiras e da opressão. Ao apoiar esses atos altruístas, as pessoas do mundo podem se juntar aos praticantes do Falun Gong da China e proporcionarem um futuro melhor para essa nação conturbada.