O ano de 2013 foi muito ruim para o socialismo e seus seguidores no Brasil. Talvez eu esqueça alguma derrota, mas exporei aqui as mais claras e “essenciais”.
A popularidade da presidente Dilma Rousseff despencando após as manifestações foi com certeza a maior derrota do ano. Apesar disso, “pesquisas” (das quais não conheço ninguém que sequer conhece alguém que participou) apontam (como sempre) a recuperação da popularidade. Contudo, não vemos Dilma citando isso em seus discursos pelo país, por que será?
Mas não bastasse isso, vimos também a prisão dos mensaleiros e o fracasso dos “idiotas úteis” ao tentarem transformá-los em “presos políticos”. O papo não “colou”. Mas como “colaria”? Presos políticos em um país governado por seu partido ao qual são filiados há 11 anos? Até parece.
O Brasil também saiu da lista de países promissores e ficou em último lugar nos rankings de Educação, Saúde e retorno dos impostos como serviços públicos à população. Mas segundo Lula, o SUS é uma maravilha, tão maravilhoso que tratou o câncer no Sírio Libanês.
Outro “mico” foi a “necessidade” de perdoar dívidas de países socialistas falidos que ultrapassaram os US$900 milhões. Melhor perdoar que levar calote, fica “menos feio”.
Antes de tudo isso, porém, houve um filme não esperado pelos socialistas: “Inflação – O Retorno”. O aumento da inflação após dois anos de baixo crescimento do PIB ajudou a “dinamitar” a popularidade de Dilma Rousseff e a aprovação de seu governo.
E como popularidade alta é bobagem, o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, admitiu: “Perdi o ano”. Não conseguiu emplacar o aumento genocida do IPTU, nem mesmo após manobras desesperadas, que foram derrubadas pela Justiça. De quebra, não conseguiu convencer sobre os inexistentes benefícios do aumento, nem esconder os malefícios como o aumento de preços, cortes de custos e ao menos 119 mil “novos desempregados”. Quer aumentar 35% de IPTU para o comércio e que os comerciantes absorvam em detrimento da própria estabilidade financeira? Ou é ingênuo, ou falta-lhe estudo, prefeito.
No fim, Haddad está preterido até por seus pares, com medo de que sua impopularidade afete o desempenho do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, nas eleições de 2014, quando este disputará o governo de São Paulo.
Não posso esquecer-me da “derrubada” da PEC 122, da senadora sexóloga Marta Suplicy (PT/SP), que em seus pontos mais polêmicos pretendia impedir que (talvez) poucos se ofendessem, enquanto ofenderia a maioria absoluta.
Os vândalos da USP mostrando como agem os “idiotas úteis” e a reação popular à invasão, incitação ao crime e extorsão em um Hipermercado Extra em Belo Horizonte (MG) também contam como pontos negativos à imagem do socialismo e de seus defensores.
Já ao final do ano, Dilma teve dificuldades para aprovar o projeto de lei do Marco Civil da Internet, tão importante para o projeto de poder do PT, e sua discussão em 2014 pode respingar negativamente em sua tentativa de reeleição.
Para finalizar, temos livros de autores de direita no topo dos mais vendidos, como: ‘O Mínimo que Você Precisa Saber para Não Ser um Idiota’ (Olavo de Carvalho) e ‘Esquerda Caviar’ (Rodrigo Constantino). Estes autores podem não ser unanimidade dentro da própria direita, principalmente entre os liberais, contudo, não podemos negar o desconserto sentido pelos socialistas diante do sucesso destas obras encabeçando a lista dos livros mais vendidos. Temos também o livro ‘Assassinato de Reputações’, de Romeu Tuma Júnior, que expôs Lula e sua máquina política de difamação, calúnia e injúria montada para destroçar a imagem e credibilidade de adversários. Uma vez sem argumentos, ataque a imagem do debatedor com mentiras até que pareçam verdades.
Bem, é o que consigo me lembrar de mais importante. Apesar de tudo isso, ainda houve aberrações intervencionistas como a regulamentação da sinuca de boteco em São Paulo e a proibição aos clubes privados do Rio de Janeiro de exigirem que babás e acompanhantes de idosos e deficientes utilizem uniformes em suas dependências. Mas, considerando o panorama geral, e sendo possível reverter tais absurdos posteriormente, é um “custo pagável” por deter o avanço do socialismo.
Roberto Barricelli é jornalista e assessor de imprensa do Instituto Liberal