A Rússia propôs uma reunião com a Ucrânia e a União Europeia na próxima semana para resolver a questão sobre o fornecimento de gás, indicou ontem (18) o ministro da Energia russo.
“Propusemos uma reunião na próxima semana mediada pela União Europeia”, disse Alexander Novak numa entrevista ao diário austríaco Die Presse.
O ministro russo afirmou que fala “diariamente” com o seu homólogo ucraniano, Yuriy Prodan, mas que a “solução depende de outros: o Governo, o parlamento e o Presidente ucranianos”.
Em junho, Moscou suspendeu as exportações de gás para a ex-república soviética, exigindo que o novo Governo pró-ocidental de Kiev pagasse adiantado para ser abastecido a preços mais elevados.
Por enquanto, o gás continua circulando normalmente através da Ucrânia com destino à União Europeia, que depende da Rússia para lhe fornecer um terço do gás de que necessita.
Mas Moscou advertiu sobre a existência de um elevado risco de interrupção do abastecimento à Europa no próximo inverno enquanto a tensão internacional aumentava devido à crise na Ucrânia.
Um porta-voz da Comissão Europeia em Bruxelas disse ontem à agência de notícias francesa AFP que “a data e o local da reunião ainda não foram definidos”, acrescentando que “estão sendo consideradas diversas datas”.
Bruxelas havia proposto que o encontro se realizasse em 20 de setembro em Berlim, mas Moscou disse que a data e o local não eram convenientes.
Novak disse ao jornal Die Presse que a Ucrânia tem 4,1 bilhões de euros em “dívidas de gás” mas que Moscou não exige o pagamento “todo de uma vez”.
“[Uma parte da quantia em dívida poderá ser] recalculada com base nos descontos que estamos oferecendo se a Ucrânia aceitar a nossa proposta de preços – 385 dólares (298 euros) por 1.000 metros cúbicos, em vez de cerca de 485 dólares (375 euros)”, explicou.
“A Gazprom reduziria, então, a dívida da Ucrânia em 780 milhões de dólares (603,7 milhões de euros), concluiu.