Registros obtidos e analisados pelo grupo investigativo ProPublica apontam que cerca de 240 toneladas de notas bancárias sírias foram impressas pelo governo russo e enviadas para a Síria no meio do ano quando o regime tentou reprimir uma rebelião.
As notas foram utilizadas para manter o sitiado governo sírio vivo devido a contração econômica pelas sanções e guerra civil, onde estima-se que morreram mais de 30 mil pessoas desde março de 2011. O dinheiro foi usado pelo governo para pagar os salários dos soldados entre outras despesas, afirmou o ProPublica em um relatório na última segunda-feira (26).
Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram duras sanções à Síria. As medidas parecem estar funcionando porque estão obrigando o governo a importar dinheiro da Rússia, país que tem sido um dos aliados mais leais durante o conflito. Tanto a Rússia quanto a China vetaram três resoluções do Conselho de Segurança contra a Síria.
O ProPublica estima que 240 toneladas de notas foram enviadas de Moscou a Damasco entre o período de 9 de julho a 15 de setembro, através do avião cargueiro Ilyushin-76 da Força Aérea Síria, que evitou sobrevoar a Turquia seguindo pelo Iraque, Irã e Azerbaijão.
“Ter moeda circulando no mercado é certamente algo importante para o funcionamento da economia e, ainda mais, em uma economia que tornou-se baseada em dinheiro vivo a medida que as coisas se deterioram”, disse Daniel Glaser, Secretário Adjunto de Financiamento Terrorista e Crimes Financeiros do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, que foi citado pelo ProPublica.
As autoridades dos EUA disseram que o movimento da Rússia de enviar notas para a Síria é um “exemplo” de apoio ao país, disse o relatório.
Em agosto, o Ministro das Finanças da Síria, Mohammad al-Jleilati, reconheceu que a Rússia “imprimiu a moeda” para a Síria, dizendo que o país europeu responsável por imprimir as notas para a Síria não as entregou devido às sanções, reportou a agência estatal síria SANA. Al-Jleilati disse que as novas notas foram impressas para substituir as notas danificadas.
Entretanto o economista Ibrahim Saif disse acreditar que “eles estão imprimindo dinheiro porque precisam de novas notas”, portanto não estão apenas trocando-as pelas danificadas. “A maior parte da receita do governo vinha de impostos, além de outros serviços, isso agora quase secou”, afirmou o especialista de acordo com o relatório do ProPublica.
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