Roberto Carlos e globais viram garotos-propaganda da Friboi

27/03/2014 09:46 Atualizado: 27/03/2014 10:25

O grupo JBS/Friboi apelou de vez por toda. O grupo contratou o cantor Roberto Carlos – por um cachê não revelado – e os atores globais Fátima Bernardes, Tony Ramos e Ana Maria Braga, respectivamente por R$ 5 milhões, R$ 3 milhões e R$ 1 milhão mensais, para fazer propaganda dos produtos do grupo Friboi. É o começo do fim do JBS/Friboi. As ações da JBS vêm caindo na Bovespa. A apresentadora Fátima Bernardes foi contratada pela agência WMcCann que atende especificamente a Seara, pertencente ao grupo JBS/Friboi.

Só para lembrar, o grupo JBS/Friboi deve ao BNDES e bancos privados R$ 30 bilhões, conforme demonstra o balancete de junho de 2013. O patrimônio líquido da empresa JBS/Friboi, descontados os ativos intangíveis, é de R$ 8 bilhões. O endividamento está totalmente fora dos padrões normais de uma empresa com boa governança corporativa, tal qual tinha acontecido com a OGX do empresário estelionatário Eike Batista. O Friboi é dos outros Batistas.

O que fica evidenciado é de que a empresa JBS/Friboi tem seu índice de alavancagem em relação ao patrimônio líquido fora dos padrões de grandes corporações com ações na Bolsa de Valores. Além de tudo, o endividamento junto ao BNDES dentro do programa PIS, com juros subsidiados, está concentrado demais para um grupo empresarial só, no caso JBS/Friboi. O grupo JBS/Friboi tem, sozinho, cerca de 5% do valor total de recursos do programa PIS – Programa de Investimentos Sustentáveis. Este programa, eu o denomino de Bolsa Empresário, porque o Tesouro toma dinheiro no mercado pagando taxa Selic (hoje, 10,75%) e empresta aos empresários a uma taxa média de 3,5% ao ano. O Tesouro e ou BNDES pagam a diferença de juros de empréstimos concedidos aos empresários bolsistas.

Além do setor de carnes, o grupo de Joesley Batista e Wesley Batista está pedindo recuros de R$ 2,8 bilhões aos fundos de pensão Previ, Petros e Funcef para dobrar o tamanho da Eldorado, indústria de celulose controlada pela família Batista. Além dos recursos dos fundos de pensão, a Folha noticiou que os Batistas têm pretensão de emprestar R$ 4,8 bilhões do BNDES e do fundo de desenvolvimento regional do Centro Oeste.

Como foi dito por mim, numa das matérias anteriores ao grupo JBS/Friboi, o envolvimento do grupo dos irmãos Batista com os poderes da República está mais do que evidente. O “modus operandi”, tanto no aspecto empresarial como na vida particular dos irmãos Batista, se assemelha muito com outro Batista, o empresário estelionatário Eike Batista que levou a empresa OGX a situação de recuperação judicial à falência.

Não há como negar que o grupo JBS/Friboi é favorecido dos financiamentos subsidiados do BNDES, com interferência direta dos poderes da República de antes, o Lula e da atual, Dilma. Muitos dos que são favoráveis à administração Lula e Dilma dizem que tomar dinheiro emprestado do BNDES é uma operação normal. Normal seria, se não houvesse concentração de recursos emprestados a um grupo empresarial, e também é anormal a relação endividamento/patrimônio líquido. Experimente você, pequeno empresário, pedir emprestado não os R$ 4,8 bilhões, mas apenas R$ 4,8 milhões. Com certeza, encontrará muita dificuldade, se conseguir.

Ao que parece, o JBS/Friboi dá a última cartada para tentar recuperar a credibilidade. Vão lançar o Júnior, o irmão mais velho dos Batistas, ao governo de Goiás, bem como, obviamente financiar a campanha da Dilma Rousseff para presidência da República. Para alcançar o objetivo, vão contar com a credibilidade de Roberto Carlos para vender coxão mole como picanha. Além de contar com o concurso dos atores globais Fátima Bernardes, Tony Ramos e Ana Maria Braga para ajudar a eleger Dilma Rousseff.

A coisa deve estar mesmo como na hora da morte para o grupo JBS/Friboi. Ter de vender os seus produtos contando com o prestígio de um cantor como Roberto Carlos, além dos atores globais nominados, é porque tenta esconder o maior escândalo de lavagem de dinheiro da América Latina, segundo Tuma Júnior. Com certeza os artistas nominadas, moralmente, terão de alavancar a candidatura de Júnior para o governo de Goiás e ajudar na reeleição de Dilma.

Está na hora do povo acordar com o Friboi!

Ossami Sakamori trabalhou em Sakamori Construtora de Obras Ltda. Frequentou a Universidade Federal do Paraná. Mora em Curitiba, Brasil

Esse conteúdo foi originalmente publicado no portal de Ossami Sakamori