Rituais taoístas, último recurso de aldeões chineses desesperados

17/04/2013 19:04 Atualizado: 18/04/2013 13:28
Esta imagem de tela do website Nandu.com mostra aldeões chineses e um homem em trajes taoístas na província de Guangdong conduzindo um ritual para punir o chefe da aldeia, que tem se apropriado e vendido as terras dos camponeses (The Epoch Times)

Na China rural, a situação chegou a este ponto: camponeses apelam aos serviços de um taoísta para convocar as forças do céu para punir um oficial local, que tem se apropriado e vendido as terras dos camponeses.

De acordo com o Diário Metropolitano do Sul, um grupo de moradores da província de Guangdong ficou tão desesperado após sete anos de busca sem sucesso por justiça contra autoridades locais, que decidiu apelar a um praticante do taoísmo por ajuda.

Moradores da vila do Rio Qingshui em Shenzhen convidaram o taoísta para preparar um altar e pedir ao céu a punição de Liang Weixin, o chefe da vila.

Na China tradicional, os seguidores do Tao (ou o Caminho) acreditam que atos benevolentes geram bons retornos, enquanto más ações resultam em retribuição. Com base nesta convicção, os camponeses chineses às vezes convocam taoístas para exorcizar maus espíritos quando há uma doença incomum ou infelicidade na família.

No dia 8 de abril, mais de 10 moradores e um homem vestindo trajes taoístas queimaram incenso e realizaram rituais, enquanto recitavam encantamentos contra a corrupção.

Liang Weixin, chefe da aldeia, vendeu 50 mil metros quadrados de terras avaliadas em 2 bilhões de yuanes (US$ 323 milhões) para desenvolvedores imobiliários por apenas 30 milhões de yuanes (cerca de US$ 5 milhões). Ele também fez uma parceria de negócio com os desenvolvedores e disse que os camponeses receberão 20% do valor da propriedade após a construção ser concluída.

No entanto, um morador local, o Sr. Liang Ronghui, disse ao Diário Metropolitano do Sul que os moradores não têm confiança de que obterão os 20%, pois, segundo o contrato, esse valor se tornará um investimento da vila se os desenvolvedores trabalharem em projetos futuros na aldeia. Nessas condições, isso significa que os desenvolvedores ficariam com as terras de graça.

Os moradores dizem que as autoridades têm obtido enormes lucros há um longo tempo, expropriando terras de propriedade coletiva, segundo o artigo. Como não há eleições locais há mais de uma década, Liang Weixin permanece como chefe da vila. Após apelarem por sete anos, a última esperança dos camponeses foi recorrer ao céu pelo castigo do corrupto oficial; agora eles recebem assistência de um taoísta.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT