Rio: Militares dispersam manifestantes com bombas, gás e borracha pelo Leblon

18/07/2013 06:02 Atualizado: 13/11/2014 22:45
Novo protesto na rua do governador Cabral exige seu impeachment, polícia humana e CPI da Copa
(Bruno Menezes/Epoch Times)
Manifestação no bairro do Leblon, Rio de Janeiro (Bruno Menezes/Epoch Times)

RIO DE JANEIRO – A Polícia Militar terminou na madrugada desta quinta-feira com nova manifestação em frente à residência do governador Sérgio Cabral, na Rua Aristides Espínola, no Leblon, zona sul do Rio. Fugindo de bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha, alguns manifestantes fizeram barricadas de fogo com lixo ao longo da Avenida Ataulfo de Paiva, depredaram agências bancárias e lojas, uma delas saqueada. Segundo a Polícia Militar, sete pessoas foram presas e cinco policiais ficaram feridos. De acordo com o plantão da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), pelo menos três foram liberados após pagarem fiança de 700 reais cada.

A repressão policial teve início às 22h50, cinco minutos após supostos manifestantes terem atirado um coquetel molotov próximo ao edifício do governador. Restaurantes famosos, como a Pizzaria Guanabara, frequentada por celebridades, dispensaram os clientes às pressas e fecharam as portas. Manifestantes levaram tiros de balas de borracha, que também atingiram carros estacionados e bares da região. O protesto foi sendo dispersado pelas ruas do Leblon e de Ipanema e, por volta das 2h, as ruas já estavam vazias enquanto a 14ª Delegacia de Polícia Civil, para onde os detidos foram levados, lotada. Um advogado da OAB foi agredido por policiais ao tentar intermediar a prisão de um manifestante.

Cerca de 50 protestantes pararam em frente à residência do secretário de Segurança do estado, José Mariano Beltrame, na esquina da ruas Redentor e Aníbal de Mendonça, já em Ipanema. Eles gritaram “Beltrame, cadê você, o seu vizinho tem vergonha de você” e “Cadê o nome na farda?”, se referindo aos militares que trabalhavam sem identificação no uniforme. Em seguida foram dispersados com balas de borracha e jatos d’água do caminhão da PM.

Um grupo de manifestantes desceu pela Avenida Afrânio de Melo Franco e outro de cerca de 300 pela Rua Visconde de Pirajá. Um grupo de 100 manifestantes foi perseguido pela Rua Maria Quitéria até a Avenida Epitácio Pessoa, na Lagoa Rodrigo de Freitas. Um repórter do MídiaNinja foi revistado.

O governador Sérgio Cabral convocou nesta madrugada uma reunião de emergência com o secretário Beltrame, a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, o comandante da Polícia Militar, coronel Erir Costa Filho, e o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner, para debater a segurança pública. A reunião está marcada para as 8h da manhã.

Iniciado às 17h30 desta quarta-feira (17), o protesto reuniu cerca de 3.600 pessoas que se dividiram entre as esquinas da Rua Aristides Espínola com as avenidas Delfim Moreira, na orla, General San Martin e Ataulfo de Paiva, que tiveram o trânsito interditado. Constam da pauta de reivindicações a desmilitarização da polícia, a criação de comissões parlamentares de inquérito (CPI) das obras da Copa e da construtora Delta, a desprivatização do Maracanã e a volta do Museu do Índio. Também exigem o fim das remoções compulsórias e privatizações por conta dos grandes eventos e o impeachment de Sérgio Cabral e Luiz Fernando “Pezão”.

Com tambores, buzinas e guardanapos na cabeça, os manifestantes gritaram palavras de ordem como “Cabral, cadê você, a polícia veio aqui pra te prender” e “Não vai ter Copa”. Os protestantes também estenderam faixas onde se lia “A polícia que reprime na avenida é a mesma que mata na favela”, picharam “Fora Cabral” no asfalto e penduraram helicópteros na placa da rua do governador, alundindo às frequentes viagens de Cabral nas aeronaves do estado para fins pessoais. A ‘CPI do Helicóptero’ é outra reivindicação dos manifestantes.

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