Ao mesmo tempo em que as Forças Armadas são retiradas de comunidades dominadas pelo tráfico, o governo do Rio reduz sensivelmente o Regime Adicional de Serviço a partir de 4 de maio de 2015.
O programa, que supostamente foi criado para suprir carências de segurança pública, mas que na verdade serve como um complemento financeiro para policiais e bombeiros, que não recebem um salário compatível com a atividade que realizam, deve ser sensivelmente reduzido a partir dessa semana.
As vagas serão reduzidas de 1.550 para 620. Pelo programa, os militares fazem horas extras para suprir o déficit de agentes nas ruas.
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O motivo da diminuição de vagas, segundo militares, é a falta de recursos para o pagamento das horas extras por parte do governo do estado.
Policiais dizem que a medida restritiva deve incentivar a segurança ilegal. Ou seja, a sociedade deve assumir as rédeas da segurança nos locais em que esta permanecer deficitária, e para isso deverão contratar seguranças particulares ou mesmo fechar acordos com membros das forças de segurança pública, que trabalharão nas horas vagas.
Robson Augusto, analista da Revista Sociedade Militar, acredita que o programa nem deveria ter sido criado. Para ele os policiais deveriam receber uma remuneração compatível com o serviço que executam e o estado deveria contratar um número de policiais suficiente para prover a sociedade da segurança necessária. “O policial trabalha a noite toda em um serviço física e mentalmente extenuante, e no dia seguinte, por conta da situação financeira precária, retorna ao trabalho para fazer hora extras. Ora, um profissional extenuado não tem 100% da capacidade necessária para tomar decisões corretas no momento correto, e é isso que se exige de um militar”, diz.
“É melhor mesmo que esse programa acabe, ao mesmo tempo em que o governo do estado proporciona um aumento real de salário. Lembro aqui que o RAS pode ser compulsório. Em janeiro desse ano um militar foi arrolado em inquérito disciplinar por ter protestado contra sua escalação para ‘horas extras‘”.
Editado por Epoch Times