Retratem Massacre da Paz Celestial de 1989, dizem cidadãos de Hong Kong

31/05/2012 03:20 Atualizado: 31/05/2012 03:20

Mais de 2 mil residentes de Hong Kong participaram de uma marcha pedindo a reabilitação dos estudantes-manifestantes pró-democracia que foram violentamente reprimidos pelo regime chinês em 1989. Hong Kong, 27 de maio de 2012. (The Epoch Times)Residentes de Hong Kong estão se preparando para a comemoração anual do 4 de junho de 1989, a data do Massacre da Paz Celestial (Tiananmen) dos protestos estudantis.

Mais de 2 mil residentes de Hong Kong participaram de uma marcha pedindo a reabilitação dos estudantes-manifestantes, e o fim da corrupção e da repressão aos dissidentes. A marcha foi organizada pela Aliança de Hong Kong em Apoio aos Movimentos Democráticos e Patrióticos na China.

Uma homenagem silenciosa foi feita a Zha Weilin, de 73 anos, que se suicidou em 26 de maio em Pequim em protesto contra a recusa de longa data do regime comunista chinês de retratar o massacre. Seu filho, Zha Aiguo, um estudante e manifestante de Tiananmen, foi morto com um tiro na cabeça pelas tropas comunistas em 1989.

Zha fazia parte do grupo “Mães de Tiananmen”, um grupo ativista que têm pedido ao regime chinês que mude sua posição sobre os protestos populares pró-democracia de 1989. A maioria de seus membros são pais de estudantes assassinados.

“Eu acredito que a reabilitação do 4 de junho pode ser um ponto de partida para acabar com a regime de partido único da China. Acreditamos que a nova geração de líderes têm a responsabilidade de promover valores universais e democráticos e colocar a China entre as nações que caminham para a democracia neste momento histórico”, disse Lee Cheuk-yan, membro do conselho legislativo de Hong Kong.

Lee disse que foi encorajado pelo grande número de jovens que participaram da marcha. No ano passado, mais de 150 mil pessoas participaram da vigília anual para as vítimas do 4 de junho. Lee disse estar confiante de que haveria ainda mais pessoas neste ano. Ele também disse que estão planejando estabelecer um museu do 4 de junho e usá-lo para lutar contra o que ele chamou de “educação típica de lavagem cerebral em todo o país”. Na China, o massacre de estudantes em 4 de junho não é mencionado nos livros didáticos e a visão oficial sobre os estudantes-manifestantes é negativa.

Alan Leong Kah-kit, outro membro do Conselho Legislativo, criticou a opressão do regime chinês aos dissidentes. “A supressão intensa do Partido Comunista mostra que seus membros não têm confiança. Espero que o povo de Hong Kong possa lamentar abertamente [as vítimas de] 4 de junho e lutar pela reabilitação [dos manifestantes] já que vivemos na única parte da China onde essas ações são possíveis. Espero que possamos continuar fazendo isso”, disse Leong.

A senhorita Zhou, uma estudante da Universidade da Cidade de Hong Kong, está participando de uma greve de fome em memória das greves de fome estudantis de 1989 na Praça Tiananmen. “Nós ainda estamos pedindo a reabilitação do evento de 4 de junho, a libertação de dissidentes presos, e a democracia”, disse Zhou.

Desde 20 de março, uma série de termos de pesquisa normalmente bloqueados na internet chinesa, incluindo “4 de junho”, foi repetidamente liberada no Baidu, o principal motor de busca da China. Artigos citando um recente discurso do primeiro-ministro Wen Jiabao sobre “retratar erros da justiça e levantar a proibição em 4 de junho”, estavam entre os resultados da pesquisa não bloqueada.