O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, confirmou nesta segunda-feira (16) em uma coletiva de imprensa em Nova York o uso de armas químicas no incidente ocorrido em 21 de agosto, na área de Ghouta, Síria. “Hoje marca um passo triste mas necessário nos esforços mundiais para combater armas químicas.”
Ban Ki-moon disse que os resultados do relatório apresentado pela equipe da ONU são “avassaladores e indiscutíveis (…) 85% das amostras de sangue coletadas testaram positivo para o uso do gás sarin”. Em 1991, este mesmo gás foi classificado na Resolução 687 do Conselho de Segurança das Nações Unidas como uma arma de destruição em massa.
De acordo com o secretário-geral, “este é um crime de guerra e uma grave violação do Protocolo de 1925 [que proíbe o uso de armas químicas e biológicas, e do qual a Síria é signatária] e outras normas do direito internacional. É o uso mais significativo confirmado de armas químicas contra civis desde Saddam Hussein em Halabja, em 1988 – e o pior uso de armas de destruição em massa no século 21”.
Ban afirmou que este é um crime contra toda a humanidade e ninguém poderá ficar impune, acrescentando que “agora é o momento para o Conselho de Segurança mostrar liderança e exercer as suas responsabilidades morais e políticas”.
Ban saudou o acordo firmado entre os Estados Unidos e a Rússia – para destruir de maneira segura todo o estoque de armas químicas da Síria – neste sábado (14) e reiterou a necessidade de realizar a “Conferência de Genebra II”, como está sendo chamado o futuro encontro que busca uma solução política para a crise no país do Oriente Médio.
Ban disse que “a missão da ONU retornará para a Síria o mais rápido possível para continuar a investigação e apresentar um relatório final”.
O secretário-geral afirmou que “a situação humanitária na Síria é desesperadora”, acrescentando: “A matança deve acabar. O conflito deve acabar. (…) Minha esperança é que este incidente sirva como um alerta para que mais esforços sejam feitos para resolver o conflito e acabar com o sofrimento insuportável do povo sírio”.
Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil