Nova Democracia vence, mas enfrenta a dura tarefa de formar uma coalizão pró-austeridade
Antonis Samaras, o líder do partido Nova Democracia da Grécia, declarou vitória para toda a Europa na noite de domingo, uma vez que ficou claro que seu partido pró-austeridade havia vencido a tensa eleição. Com os resultados oficiais ainda pendentes, a Nova Democracia estava prestes a alcançar quase 30% do voto popular. Mais isso não representeou um resultado tão significativo.
Alexis Tsipras, o líder da Coalizão da Esquerda Radical, ou Syriza, que esteve páreo-a-páreo com a Nova Democracia nas pesquisas, admitiu a derrota e disse que seu partido pretende agora formar uma oposição forte. O Syriza ficou em segundo lugar com um tímido 27%.
As negociações agora começaram a formar um governo de coalizão, mas isso pode ser complicado. O terceiro maior partido, o socialista Pasok, disse que só participará de uma coalizão que incluir o Syriza. O Pasok, que até a eleição de maio sempre foi, junto com a Nova Democracia, um dos dois maiores partidos na Grécia, terminou com 12,3% dos votos.
O quarto maior partido, os Gregos Independentes de direita, também fizeram declarações no sentido de que gostariam de apoiar um governo que condene os acordos do resgate europeu, o que exclui a Nova Democracia.
Isto significa que uma terceira rodada de eleições ainda é uma possibilidade real. Após a eleição de 6 de maio, revelou-se impossível qualquer combinação dos sete partidos no Parlamento formarem uma coalizão, portanto, desencadeou-se a eleição de domingo menos de seis semanas depois.
Agora, a pressão está sobre a Nova Democracia formar um governo e evitar o que seria um resultado altamente impopular na Grécia e internacionalmente. Belaras Periklis, de 32 anos, que vive na aldeia de Limni na ilha de Evia, espera que os partidos sejam responsáveis e se comprometam em formar uma coalizão. “Uma terceira eleição não é boa para a Grécia”, disse ele.
A liderança da União Europeia (UE) saudou os eleitores gregos que estão enfrentando sacrifícios para construir sua economia e encorajar os políticos a se unirem rapidamente. “Estamos esperançosos de que os resultados das eleições permitirão que um governo seja formado rapidamente”, disseram Herman Van Rompuy, o presidente da UE, e José Manuel Barroso, o presidente da comissão europeia, numa declaração conjunta.
Sua breve declaração também mencionou a importância da adesão aos termos do acordo do segundo resgate. O secretário de imprensa da Cada Branca enviou uma mensagem expressando sentimentos muito semelhantes e reiterando o interesse do presidente Barack Obama na Grécia permanecer na zona do euro.
Se a Nova Democracia conseguir formar uma coalizão nesta rodada, diferente da eleição de 6 de maio quando falhou, isso significaria que o resto da Europa terá o resultado que esperava.
Eleitores gregos estavam cientes da importância internacional destas eleições. O empresário George Tsampanis, também de Limni, considerou as eleições uma das mais importantes na história do país. “Eu sei que o mundo inteiro está acompanhando de perto as notícias sobre a Grécia e eu entendo sua ansiedade”, disse ele.
Com reportagem de Neli Magdalini Sfigopoulou em Limni, Grécia.