Resultado da eleição grega prenuncia alívio para Europa

19/06/2012 03:00 Atualizado: 19/06/2012 03:00

Antonis Samaras (centro), o líder do partido Nova Democracia da Grécia, chega para uma conferência de imprensa no Salão Zappion no centro de Atenas em 17 de junho, após as projeções oficiais declararem seu partido vencedor nas eleições de domingo. (Andreas Solaro/AFP/Getty Images)Nova Democracia vence, mas enfrenta a dura tarefa de formar uma coalizão pró-austeridade

Antonis Samaras, o líder do partido Nova Democracia da Grécia, declarou vitória para toda a Europa na noite de domingo, uma vez que ficou claro que seu partido pró-austeridade havia vencido a tensa eleição. Com os resultados oficiais ainda pendentes, a Nova Democracia estava prestes a alcançar quase 30% do voto popular. Mais isso não representeou um resultado tão significativo.

Alexis Tsipras, o líder da Coalizão da Esquerda Radical, ou Syriza, que esteve páreo-a-páreo com a Nova Democracia nas pesquisas, admitiu a derrota e disse que seu partido pretende agora formar uma oposição forte. O Syriza ficou em segundo lugar com um tímido 27%.

As negociações agora começaram a formar um governo de coalizão, mas isso pode ser complicado. O terceiro maior partido, o socialista Pasok, disse que só participará de uma coalizão que incluir o Syriza. O Pasok, que até a eleição de maio sempre foi, junto com a Nova Democracia, um dos dois maiores partidos na Grécia, terminou com 12,3% dos votos.

O quarto maior partido, os Gregos Independentes de direita, também fizeram declarações no sentido de que gostariam de apoiar um governo que condene os acordos do resgate europeu, o que exclui a Nova Democracia.

Isto significa que uma terceira rodada de eleições ainda é uma possibilidade real. Após a eleição de 6 de maio, revelou-se impossível qualquer combinação dos sete partidos no Parlamento formarem uma coalizão, portanto, desencadeou-se a eleição de domingo menos de seis semanas depois.

Agora, a pressão está sobre a Nova Democracia formar um governo e evitar o que seria um resultado altamente impopular na Grécia e internacionalmente. Belaras Periklis, de 32 anos, que vive na aldeia de Limni na ilha de Evia, espera que os partidos sejam responsáveis e se comprometam em formar uma coalizão. “Uma terceira eleição não é boa para a Grécia”, disse ele.

A liderança da União Europeia (UE) saudou os eleitores gregos que estão enfrentando sacrifícios para construir sua economia e encorajar os políticos a se unirem rapidamente. “Estamos esperançosos de que os resultados das eleições permitirão que um governo seja formado rapidamente”, disseram Herman Van Rompuy, o presidente da UE, e José Manuel Barroso, o presidente da comissão europeia, numa declaração conjunta.

Sua breve declaração também mencionou a importância da adesão aos termos do acordo do segundo resgate. O secretário de imprensa da Cada Branca enviou uma mensagem expressando sentimentos muito semelhantes e reiterando o interesse do presidente Barack Obama na Grécia permanecer na zona do euro.

Se a Nova Democracia conseguir formar uma coalizão nesta rodada, diferente da eleição de 6 de maio quando falhou, isso significaria que o resto da Europa terá o resultado que esperava.

Eleitores gregos estavam cientes da importância internacional destas eleições. O empresário George Tsampanis, também de Limni, considerou as eleições uma das mais importantes na história do país. “Eu sei que o mundo inteiro está acompanhando de perto as notícias sobre a Grécia e eu entendo sua ansiedade”, disse ele.

Com reportagem de Neli Magdalini Sfigopoulou em Limni, Grécia.