Resposta dos EUA à crise na Crimeia ecoa crise na Geórgia em 2008

10/03/2014 11:31 Atualizado: 10/03/2014 11:31

O Congresso americano está se movendo para impor sanções à Rússia por sua agressão contra a Ucrânia. O presidente Barack Obama disse que um planejado referendo em 16 de março sobre a Crimeia se juntar a Rússia viola o direito internacional. “Estamos muito além dos dias em que as fronteiras podiam ser redesenhadas sobre as cabeças dos líderes democráticos.”

A crise recente ecoa a invasão da Geórgia pela Rússia em agosto de 2008. Naquela época, o presidente russo Dmitry Medvedev disse que iria “proteger a vida e a dignidade dos cidadãos russos onde quer que estejam”, assim como o atual presidente russo Vladimir Putin disse que pretende proteger os russos na Crimeia.

Em 2008, o Congresso dos EUA e o então presidente George W. Bush ofereceram ajuda humanitária à Geórgia, e Bush disse: “Esperamos que os líderes da Rússia reconheçam que um futuro de cooperação e paz beneficiará todas as partes.” Sua resposta é semelhante à resposta de Obama à atual crise, mas as circunstâncias não são as mesmas.

A Geórgia começou a guerra quando bombardeou a capital da Ossétia do Sul em 7 e 8 de agosto de 2008. Na Ucrânia, os manifestantes destituíram o presidente Viktor Yanukovych, que supostamente usou a polícia e atiradores de elite para matar dezenas de manifestantes.

Restrição de vistos

O que está em vigor no momento são restrições de visto para pessoas que ameaçam a soberania da Ucrânia e suas fronteiras territoriais. Estas restrições não visam diretamente o presidente russo Vladimir Putin.

Sanções financeiras

Obama também assinou uma ordem executiva permitindo que os Estados Unidos imponham sanções financeiras. Num comunicado, a Casa Branca disse que as penalidades visariam “aqueles que estão mais diretamente envolvidos na desestabilização da Ucrânia, incluindo a intervenção militar na Crimeia, e não exclui novas medidas se a situação deteriorar”.

Já em janeiro, o Congresso ameaçou sanções e o congelamento de bens de pessoas que atentassem contra manifestantes pacíficos, e resolveu que: “Apoia o direito soberano do povo da Ucrânia para traçar um futuro independente e democrático para o seu país.”

Em Bruxelas, a União Europeia anunciou que estava suspendendo as conversações com a Rússia sobre um pacto econômico e sobre um acordo de vistos em resposta à intervenção russa na Crimeia. Os líderes da UE, como Obama, ameaçaram novas sanções se a Rússia seguir adiante.

“Estou confiante de que avançamos juntos, unidos na determinação de nos opor a ações que violam o direito internacional e para apoiar o governo e o povo da Ucrânia”, disse Obama.

Reconhecer o novo governo

Funcionários seniores da administração Obama disseram que as penalidades se aprofundarão significativamente se a Rússia pressionar áreas do Leste da Ucrânia. Os funcionários também indicaram que as sanções poderiam regredir se a Rússia recuasse suas tropas da Crimeia e reconhecesse o novo governo da Ucrânia.

“Exortamos a Rússia a aproveitar a oportunidade para resolver esta crise por meio do diálogo direto e imediato com o governo da Ucrânia”, dizia o comunicado da Casa Branca.