Respondendo à perseguição com tolerância

23/07/2013 12:48 Atualizado: 23/07/2013 16:27
Tentativa de erradicar o Falun Gong na China começou há 14 anos
Praticantes do Falun Gong reúnem-se em vigília em Washington DC, EUA, em memória às vítimas da perseguição na China (Edward Dai/Epoch Times)

A China é abalada diariamente por centenas de protestos, muitos deles violentos. O regime gasta mais em “manutenção da estabilidade” – na polícia militar e outras forças utilizadas para esmagar os protestos – do que gasta em sua rápida modernização militar.

Neste país fervendo em conflito, um grupo se destaca por não atacar, não criar tumulto e não se voltar para a violência.

As dezenas de milhões de praticantes do Falun Dafa (amplamente conhecido como Falun Gong) na China nunca foram relacionados a responder na mesma moeda à violência dispensada a eles nos 14 anos perseguição brutal que têm suportado.

Esta perseguição começou em 20 de julho de 1999 quando, nos bastidores, o então líder-supremo Jiang Zemin ordenou a erradicação da disciplina espiritual do Falun Dafa.

A mídia mundial quase imediatamente reportou com um ar de especialista sobre como grupos violentos de qigong, como a seita Lótus Branco, tinham dilacerado a China durante a Rebelião dos Boxers no início do século 20. E que o Partido Comunista Chinês (PCC) estaria agindo em defesa própria, sugeriu a mídia.

A mídia tinha sido alimentada com esta versão propagandista que justificava a perseguição e repetiu em sua maior parte de forma acrítica, geralmente sem creditar o regime chinês por esta interpretação distorcida. Os meios de comunicação frequentemente nem se preocuparam em apontar que os meditadores pacíficos do Falun Dafa, muitos deles aposentados, não condiziam com esta fantasia de guerreiros qigong arvorando-se caoticamente.

Com o tempo, a imprensa se cansou de repetir esta notícia exagerada e falsa, mas ingenuamente distanciou-se da necessidade real de explicar o que parecia incompreensível. Pelo menos a fantasia dos guerreiros praticantes do Falun Dafa fornecia uma razão para o PCC ir à guerra subitamente contra o próprio povo.

Tentativa de persuasão

Esta tentação de inventar uma causa para a perseguição continua até hoje. Em conversa com pessoas bem informadas, não é incomum ouvir a noção de que a perseguição ocorreu porque os praticantes do Falun Dafa “opunham-se” ao governo.

Nos dias imediatamente após a perseguição começar, centenas de milhares de praticantes inundaram Pequim, mas eles não foram lá para se opor ao PCC.

Os praticantes comunicaram e testemunharam aos oficiais do governo chinês como o Falun Dafa tinha melhorado sua saúde, elevado o nível de sua moralidade e trazido calma e propósito para suas vidas e harmonia para suas famílias. Eles podiam ver o quão bom o Falun Dafa era para a sociedade.

Eles só podiam supor que a liderança do PCC estava mal informada sobre o Falun Dafa e que tinha simplesmente cometido um erro terrível.

Com um número tão grande reunido na cidade, os praticantes tiveram todas as oportunidades, se tivessem a intenção, de realizar um grande protesto. Em vez disso, eles agiram de forma pacífica e racional e seguiram as orientações da polícia que os cercou.

Pelos próximos dois anos, centenas foram diariamente à Praça da Paz Celestial (Tiananmen), onde tentaram meditar ou exibir faixas que diziam: “Falun Dafa é bom”.

Com ânimo tranquilo, os praticantes colocaram suas vidas em risco, arriscaram ser presos e sofrer lavagem cerebral e tortura, para comunicar-se com a liderança do PCC e tentar mudar suas mentes. Eles responderam com bondade aos líderes que tentavam destruí-los.

Uma pessoa de cada vez

Dois anos mais tarde, os praticantes pararam de ir à Praça da Paz Celestial. Expor-se diariamente à prisão havia feito aparentemente muito pouco para mudar a resolução do PCC em persegui-los.

Em vez disso, os praticantes começaram a abordar seus parentes, vizinhos, amigos e colegas de trabalho e escola. A sociedade chinesa havia sido bombardeada por dois anos com propaganda cheia de ódio e os praticantes do Falun Dafa começaram a desiludir o povo chinês sobre as mentiras do PCC.

Ao fazer isso, os praticantes mais uma vez arriscaram tudo. Uma conversa com um vizinho ou colega de trabalho podia resultar na polícia prendendo o praticante. Prisão quase certamente significava espancamentos e muito provavelmente torturas brutais, nas cadeias ou por ocasião da transferência para um centro de lavagem cerebral ou campo de trabalhos forçados. A invalidez ou a morte estariam sempre por perto.

No entanto, os praticantes começaram a imprimir panfletos, livretos ou CDs para distribuição. Os materiais explicavam o que é o Falun Dafa, desmascaravam a propaganda do regime e descreviam a perseguição sofrida pelos praticantes.

Em 2004, o Epoch Times publicou uma série editorial chamada “Nove Comentários sobre o Partido Comunista Chinês”. A série apresenta uma história sem censura dos crimes do PCC e descreve sua natureza – o que é o PCC realmente e por que ele age da maneira como faz.

Os “Nove Comentários” terminam com estas palavras: “Somente sem o Partido Comunista Chinês, haverá uma nova China. Somente sem o Partido Comunista Chinês, a China terá esperança. Sem o Partido Comunista Chinês, o benevolente e correto povo chinês reconstruirá a magnificência histórica da China.”

Os praticantes do Falun Dafa começaram a espalhar os “Nove Comentários” na China e pediam aos chineses que renunciassem a qualquer associação com o PCC e suas organizações afiliadas.

Declarações de renúncia ao PCC podem ser anônimas. O objetivo de tais declarações não é se opor publicamente ao PCC, mas que o indivíduo faça uma declaração de paz de consciência.

Ao dissociar-se do PCC, o povo chinês reconhece o enorme mal feito pelo PCC e se separa deste mal. De acordo com estimativas, 80 milhões de chineses morreram de mortes não naturais desde que o PCC assumiu o poder.

O ato de renunciar priva o PCC da autoridade moral para governar, uma pessoa de cada vez, enquanto desperta no povo chinês a determinação de ter uma vida moral. Até o momento, mais de 142 milhões de chineses renunciaram ao PCC.

Batalha ideológica

Embora o PCC nunca tenha temido que o Falun Dafa fosse uma reencarnação dos Boxers, seu líder supremo temia a ameaça que ele acreditava que o Falun Dafa representava.

Numa carta enviada à alta liderança do PCC na noite de 25 de abril de 1999, Jiang Zemin descreveu o Falun Dafa como “uma espécie de organização nacional”. Os oficiais do PCC estimaram que houvesse 70 milhões de pessoas praticando o Falun Dafa na época, enquanto praticantes acreditam que o número fosse de 100 milhões.

Em qualquer caso, o PCC nunca permitiu em sua história que qualquer grupo existisse independentemente do PCC. Está no DNA do PCC suprimir qualquer coisa que ele não controle.

Baseado nisto, a perseguição ao Falun Dafa era inevitável, tenha ela se iniciado em 20 de julho de 1999 ou outra data.

Na visão de Jiang Zemin, outra consideração tornava a perseguição ainda mais urgente.

“Temos de manter a educação dos oficiais e do povo com uma visão correta sobre o mundo, a vida e os valores”, escreveu Jiang Zemin. E continuou: “O marxismo, o materialismo e o ateísmo que os membros de nosso Partido Comunista defendem não podem vencer a batalha com o que o Falun Gong promove?”

Para Jiang Zemin, o PCC já estava envolvido numa batalha ideológica com o Falun Dafa. Ele temia que o povo chinês, se fosse livre para escolher, preferiria os ensinamentos do Falun Dafa ao materialismo e ao ateísmo do PCC.

Os praticantes do Falun Dafa passaram de tentar mudar os corações e as mentes da liderança do PCC para educar o povo chinês sobre o Falun Dafa e a perseguição e tentar pacificamente dissolver o PCC.

Nesta mudança de abordagem há uma consistência uniforme por parte dos praticantes. Eles têm procurado viver de acordo com os princípios do Falun Dafa: verdade, compaixão e tolerância.

A disposição dos praticantes de perseverar tornou possível sua paciência, racionalidade e bondade pelos oficiais do PCC e pelo povo chinês. Eles responderam à violência e ao ódio com tolerância exemplar.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT