Representante do Congresso Popular Nacional da China renuncia ao Partido Comunista Chinês

01/07/2013 15:42 Atualizado: 01/07/2013 16:51
Li Lianpao, um delegado no 5º Congresso Popular Nacional de 1978, postou uma declaração em seu blogue no site Sina Weibo anunciando sua renúncia ao PCC e escreveu sobre os eventos que levaram a suas desilusões com o PCC (Weibo.com)

Li Lianpao, um delegado no 5º Congresso Popular Nacional de 1978, representante da cidade de Shishi, província de Fujian, anunciou no dia 25 de junho em seu blogue que renunciava ao Partido Comunista Chinês (PCC). Apesar de sua postagem no Sina Weibo, uma plataforma popular de mídia social chinesa similar ao Twitter, tenha sido eliminada pelos censores chineses, seu testemunho ainda estava disponível no momento da escrita desse artigo.

Em sua postagem, Li Lianpao citou um acidente de barco de pesca que acorreu há seis anos como o início de sua desilusão com o PCC. Em 3 de fevereiro de 2008, um acidente envolvendo um barco de pesca que pertencia à Corporação de Pesca em Águas Distantes de Fujian resultou em 15 mortos e 5 sobreviventes. Quatro das vítimas eram da vila Gangqian de Li Lianpao, no município de Jinshang, onde ele era chefe do comitê do PCC na época. Li Xiangmou, o irmão mais velho de Li Lianpao, era o proprietário do navio.

Os dois viajaram para a Indonésia, onde ocorreu o acidente, para tentar resgatar as pessoas, mas logo perceberam que a Corporação e os contratantes não estavam dispostos a ajudar. Li Lianpao escreveu a respeito: “Lá, desenvolveu-se uma grande quantidade de provas referentes à corrupção e negligência dos departamentos e líderes partidários envolvidos.” Embora não tenha entrado em detalhes, ele disse que relatou o problema aos departamentos relevantes e começou um processo de “weiquan”, ou defesa dos direitos civis no sistema judicial chinês.

Até hoje, disse Li Lianpao, as famílias das vítimas não receberam compensação nem a verdade sobre o acidente foi revelada. As autoridades da província de Fujian organizaram uma equipe de investigação que preparou um relatório sobre o acidente, mas este continua sendo um “segredo de Estado”, escreveu Li Lianpao.

Em março de 2009, seu irmão foi preso por suspeita de levar um grupo de familiares das vítimas a Pequim para peticionar. De acordo com Li Lianpao, seu irmão foi condenado à Prisão Yong’an, na província de Fujian, sob falsas acusações de “organizar outros para cruzar ilegalmente a fronteira do país”, onde permanece atualmente. Li Lianpao nomeou o Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), uma agência poderosa do PCC encarregada da segurança pública na China, como a responsável pela prisão do irmão.

Enquanto isso, por causa de seu parentesco, Li Lianpao foi constantemente monitorado, seguido e ilegalmente detido pela agência local do CAPL, inclusive por um período de nove dias em março de 2010.

Em junho de 2012, Li Lianpao disse que o secretário municipal do PCC enviou a polícia e outros funcionários do governo municipal para destruírem a terra que sua família possuía legalmente, tornando-a imprestável para o cultivo.

Mais recentemente, em março de 2013, na época em que grandes reuniões políticas eram realizadas em Pequim, Li Lianpao foi detido pela polícia novamente e trancado no prédio da administração municipal por quatro dias. Ele disse que sempre que há um feriado nacional ou uma data “sensível”, a polícia é enviada para monitorá-lo em casa.

Desde que o Epoch Times estabeleceu um site em 2004 para que chineses possam anunciar formalmente sua renúncia ao PCC e organizações afiliadas, mais de 141 milhões já renunciaram por meio do site.

Yi Rong, a presidente do ‘Centro de Assistência Global para Renunciar ao PCC’, disse que muitas pessoas como Li Lianpao, que tiveram grandes esperanças no governo do PCC, têm desistido agora, com muitos denunciando abertamente o PCC. “Vários pessoas na China se envolvem em protestos ‘weiquan’ todos os dias, porque o regime totalitário chinês controla e oprime abusivamente o povo chinês. Portanto, não apenas os cidadãos comuns têm vidas difíceis, mas os próprios membros do PCC também. Eles perceberam há muito tempo que o PCC é contra a humanidade e não respeita a vida das pessoas ou os direitos humanos, assim, eles têm optado por abandonar o PCC.”

Apesar de sua longa descrição dos acontecimentos que levaram a sua decisão de sair do PCC, Li Lianpao concluiu sua declaração dizendo que ainda “acredita firmemente no comunismo, no marxismo-leninismo, no maoísmo e na teoria do ‘socialismo com características chinesas’ elaborado pelo camarada Deng Xiaoping”. Yi Rong especula que seu desejo contraditório de sair do PCC e abraçar o comunismo possa ser devido ao medo de perseguição após a publicação de sua declaração.

Na semana passada, 5 mil membros veteranos do PCC na província de Hunan, que eram projecionistas da propaganda comunista na era Mao, renunciaram publicamente ao PCC.

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