Um repórter do Epoch Times foi detido por várias horas, enquanto era interrogado por seguranças no recente encontro da Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico – APEC na Indonésia -, impedindo-o de presenciar e participar nos discursos proferidos pela delegação chinesa.
O repórter Wayan Manuh foi credenciado com um crachá de imprensa da APEC e foi anteriormente capaz de entrar e sair livremente do local da conferência. No dia 8 de outubro, no entanto, ele foi abordado por seguranças e impedido de entrar na sala de jantar da mídia ou na conferência de imprensa realizada pela delegação chinesa, que eram acessíveis pelo mesmo portão.
Quando Manuh entrava no Centro de Convenções de Nusa Dua Bali, onde a APEC ocorria em 8 de outubro, seu cartão não funcionou e ele foi levado para o subsolo por seguranças. “Havia 5 oficiais lá e fui tratado como um prisioneiro. Eles perguntaram por que eu estava na APEC, como adquiri meu cartão de identificação e assim por diante”, contou Manu.
De lá, ele foi levado na garupa de uma motocicleta ao posto de segurança principal, onde foi novamente questionado. “Um oficial diferente me fez as mesmas perguntas, interrogando-me como um criminoso. Eles questionaram se eu praticava o Falun Gong e continuaram o interrogatório e a discussão como se para ganhar tempo”, disse ele. “Eu fui impossibilitado de assistir aos discursos chineses.”
O Falun Gong é uma disciplina espiritual chinesa perseguida brutalmente na China pelo Partido Comunista Chinês (PCC). O Epoch Times relata regularmente sobre a campanha do PCC contra o Falun Gong e durante anos tem sido designado como um alvo da República Popular da China (RPC). Casos de assédio e interrupção dos negócios do jornal, que seriam causados por agentes da RPC, incluem invasão de escritórios, roubo de jornais e propriedade e o espancamento de um funcionário da equipe técnica em sua casa. Em 2000, mais de uma dúzia de funcionários do Epoch Times foram presos na China e vários serviram longas penas de prisão.
Em 2007, funcionários consulares da RPC na Indonésia exigiram numa carta e em visitas a vários departamentos do governo indonésio que uma estação de rádio independente chamada Rádio Erabaru fosse fechada. A estação cobria regularmente a perseguição ao Falun Gong e outros abusos dos direitos humanos na China e seu sinal alcançava a grande diáspora chinesa na Indonésia e Cingapura.
Por vários anos, as autoridades indonésias tentaram repetidamente desligar a estação, incluindo ataques em que equipamentos foram apreendidos. Suas ações foram condenadas por organizações indonésias e internacionais de direitos humanos e de liberdade de imprensa.
Após uma hora de interrogatório no segundo local, onde o chefe de polícia de Bali estava presente, Manuh foi autorizado a sair. No entanto, um policial à paisana continuou a segui-lo e observá-lo em suas atividades jornalísticas. “Quando voltei ao hotel, havia mais cinco oficiais lá, eu suspeito que fossem do departamento de inteligência da Indonésia”, disse Manuh. Ele foi detido por um total de cinco horas. A delegação chinesa partiu entre 14h-15h.
Manuh acrescentou: “O Epoch Times relata regularmente sobre as violações dos direitos humanos na China, mas eu não acho que um Estado soberano como a Indonésia deva agir sob pressão do governo comunista chinês. Lamento que meu trabalho jornalístico tenha sido perturbado e pela péssima imagem que esse incidente retrata do nosso país.”