Repercussão israelense à morte de Ariel Sharon

13/01/2014 11:15 Atualizado: 13/01/2014 11:33

O ex-primeiro-ministro israelense Ariel Sharon morreu no sábado após dias em estado crítico e após oito anos em coma. Alguns israelenses lembram-se dele como um grande líder, outros o culpam pela guerra e sofrimento.

Dr. Avraham Mizrahi, médico pediatra que vive em Modiin, Israel:

Ariel Sharon não está mais conosco. Ele será lembrado como o soldado que desempenhou um papel crucial na Guerra do Yom Kippur, como o estadista fanfarrão e o político que controlava a entrada de um milhão de judeus russos e que também decidiu contra todos os seus aliados políticos de acabar com a ocupação de Gaza. Mas, ao mesmo tempo, ele também foi o mentor e a principal figura por trás da ocupação – que se eterniza – e da trágica e traumática Primeira Guerra do Líbano.

Yuval, vendedor da loja esportiva Rikoshet, no norte de Israel:

Arik Sharon morreu há oito anos. O que aconteceu sábado não teve nenhum significado para o Estado de Israel. Ninguém sabe se ele sofreu. Se sofreu, eu sinto muito por ele.

Hana Hazan, mãe de um soldado da Primeira Guerra do Líbano:

Eu nunca gostei do culto pessoal prestado por muitos a Sharon. Seu comportamento não se encaixava no espírito judaico. Eu nunca vou perdoá-lo por sua responsabilidade na guerra catastrófica contra o Líbano, onde tantas pessoas morreram.

Yoram Abecasiss, membro de uma comunidade kibbutz:

Quando Sharon mudou de posição, eu acho que ele percebeu que um Estado palestino era o interesse de Israel, anos depois de ter agido violentamente contra a ideia. Ele era uma pessoa agressiva e aventureira.

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Melisa Amar:

Arik, quanto eu sonhei em vê-lo acordar e voltar para nos conduzir novamente. Lamento que não tenha acontecido e agora está tudo acabado.

Jenia Rozhavsky:

Eu sempre tive um sonho de que um dia você iria acordar e, ao ver o caos que tomou conta do país, você imediatamente traria a ordem, mas, infelizmente, isso não aconteceu. Sr. Primeiro-Ministro, eu te saúdo!

Yossi Itzkovich:

Alguns o odiavam e outros o adoravam. Mas uma coisa não se pode negar, ele era um verdadeiro líder e fez para o país muito mais do que qualquer daqueles que o criticaram.

Ruth Nurel:

Ariel Sharon [era] um homem que tinha orgulho de ser judeu. Ele foi para mim um modelo de determinação, liderança e amor a Israel … o que é importante e essencial para nós como povo e como nação nestes dias. Não há palavras para descrever a dor e decepção que você deixou no mundo. Você era o líder de toda uma nação e um herói…

Gilad Erdan, Ministro da Comunicação israelense:

Eu trabalhei um ano como assessor de Ariel Sharon no final de 1995-1996. Foram anos difíceis para o país após o assassinato do [então primeiro-ministro Yitzhak] Rabin e atentados suicidas. Estive exposto às qualidades de Sharon como líder: calma, determinação e um senso de humor que caracterizou todos os seus caminhos e ações. Senti a admiração que o cercava por onde passava. Seu conhecimento e controle sobre todas as regiões de Israel era incrível. Não havia nenhuma cidade ou vila (incluindo as aldeias árabes na Judéia e Samaria), que ele não conhecesse. [Ele era como] um mapa ambulante.

Roni Bar On, ex-ministro das Finanças do partido Kadima de Sharon respondeu a uma pergunta do Canal 2 de Israel: “Se Sharon não tivesse ficado em coma por oito anos, como Israel estaria hoje?”

Talvez [o partido Kadima] tivesse ganho 45 cadeiras. Se tivesse acontecido em 2006, nós não teríamos que pagar [tal] preço político. Pagamos por vários anos por causa da falta de governança, enquanto vários governos poderiam ter terminado seus mandatos. Arik sempre nos advertiu contra o desespero após uma falha e a euforia após o sucesso.