Movimento de renunciar ao Partido é bom augúrio para a China, diz ex-funcionário

01/05/2015 09:22 Atualizado: 01/05/2015 09:22

A marca de 200 milhões de pessoas que renunciaram ao Partido Comunista Chinês (PCC) e suas organizações deu a um ex-funcionário chinês, que desertou para o Canadá há 14 anos, a esperança de um futuro melhor para a China.

“O futuro da China é certamente brilhante, porque muitas pessoas estão despertando e vendo a natureza má do Partido Comunista Chinês; sua tirania, seus crimes cometidos contra a humanidade e seu caráter corrupto“, disse Han Guangsheng, residente de Toronto .

“O fato de as pessoas estarem diariamente renunciando ao Partido, permitirá que a China, finalmente, avance em direção à democracia, ao Estado de direito e a um governo realmente constitucional”.

Han renunciou à sua filiação ao Partido em 2005.

Han tornou-se vice-chefe do Departamento Judicial da Cidade de Shengyang em 1996 e foi nomeado diretor do Departamento em 1999, mas desertou para o Canadá em setembro de 2001, principalmente porque ficou desiludido e ressentido com a ditadura e a autocracia do regime comunista.

Foi uma viagem sem retorno, mas ele não se arrepende.

A coisa mais correta que eu fiz na minha vida foi deixar a China e romper com o PCC. Eu nunca vou me arrepender disso. Além disso, meus amigos, meus ex-colegas, ex-subordinados, aqueles que puderam entrar em contato comigo, todos me enviaram saudações, expressaram admiração e expressaram que concordaram com o que eu fiz“, disse Han.

Entre os alunos que ingressaram na Universidade Nankai, em 1977, Han foi o primeiro a se tornar membro do PCC. Naquela época, as universidades tinham, depois da Revolução Cultural, voltado a admitir alunos por meio de exames de admissão padronizados.

Logo, porém, Han se desiludiu com a realidade que existia dentro do Partido e com o modo como as coisas eram feitas.

“Meu ressentimento originou-se do massacre na Praça Tiananmen em 4 de junho de 1989. Ao longo dos dez anos seguintes, eu quis, de dentro do sistema, fazer algo para mudar a situação do PCC . Mas eu descobri que isso era impossível “, disse ele.

Para Han, a gota d´água veio com o lançamento da campanha de perseguição lançada pelo PCC contra dezenas de milhões de adeptos da prática espiritual do Falun Gong, em julho de 1999.

Han expressou sua oposição quando ele ficou encarregado de encarcerar adeptos do Falun Gong em prisões e campos de trabalho forçado. Como o diretor do Departamento de Justiça, ele era responsável por essas instalações na cidade de Shenyang. Han disse que argumentou que o Falun Gong era uma questão de crença e que seus praticantes não haviam cometido nenhum crime, mas sem sucesso. Então, secretamente, Han começou a planejar sua deserção.

“Depois que o PCC começou a perseguir o Falun Gong, durante longo tempo, eu vi muitos praticantes do Falun Gong inocentes serem presos ou enviados para campos de trabalho forçado, sem base jurídica, sem julgamento legal”, disse ele.

“Então, vendo a natureza brutal do PCC, seus atos desesperados contra a humanidade, eu não quis ser cúmplice disso, ou um carrasco dessa política, por isso, decidi ir embora”.

Han, que atualmente dirige uma pequena empresa em Toronto, acredita que dias do PCC estão contados.

“Eles são como os passageiros a bordo do Titanic, estão se preparando para o dia que navio afundar“.