Renomado climatologista desfaz mitos sobre causas da seca

10/02/2015 10:32 Atualizado: 10/02/2015 13:45

O professor Luiz Carlos Molion dispensa apresentação. Ele representa a América Latina na Organização Meteorológica Mundial, é pós-doutor em meteorologia, membro do Instituto de Estudos Avançados de Berlim, e leciona na Universidade Federal de Alagoas.

Em palestra que ministrou no dia 19 de dezembro aos produtores da Cooperativa Regional de Cafeicultores de Guaxupé (Cooxupé), o climatologista fez uma previsão de chuvas para os próximos anos.

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E mais uma vez refutou a hipótese de as mudanças climáticas e o aquecimento global serem frutos da ação agrícola e industrial, segundo divulgou o site da Correpar. O renomado climatologista utilizou dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e mostrou que em 2014 choveu cerca de 70% da média prevista de 1.400 mm.

Molion defende que a atribuição da seca à ação humana sobre o meio ambiente, especialmente o desmatamento na Amazônia é um mito. “Coisa de ‘ambientalista extremista’”, afirmou. O climatologista desmistificou a importância do desmatamento da Amazônia discorrendo sobre a linha do tempo da metade do século XX até agora, onde foram registrados volumes baixíssimos de chuvas nas décadas de 50 e 60. Segundo Molion, as mesmas tendências se repetem de décadas em décadas.

Em São Paulo, há registros de seca no final do século XIX e no início do século XX, nos anos 30. Por esse motivo, é possível afirmar que não é o homem com suas atividades agrícolas e industriais o responsável pelas grandes mudanças climáticas no planeta. Até mesmo pelo fato de a porção de terra, onde habitamos, representar apenas 29% da massa no planeta, enquanto os oceanos representam 71%.

A diminuição das chuvas coincide com o período em que o oceano Pacífico esfria ou fica “neutro”. Os pluviômetros localizados apontam que há um ciclo de chuvas que dura de 50 a 60 anos.

A cada 25/30 anos chove bem, e nos próximos 25/30 anos chove pouco.

Algumas regiões do país estão passando por um período semelhante ao que houve entre os anos de 1948 e 1976, com menos dias de chuva no ano, e dias mais frios.

Entre os anos de 2015 a 2020, as chuvas estarão abaixo da média de longo prazo, ou seja, a média dos últimos 60 anos.

O que determina as variações climáticas da Terra é justamente a variação cíclica dos oceanos. Esses representam a maior parte da massa do planeta, absorvem bastante luz solar e controlam as chuvas. Quando a temperatura dos oceanos esfria, a atmosfera também esfria, porque é aquecida ou esfriada por baixo. Os oceanos esfriando, evaporam menos água e chove menos. O processo contrário, o aquecimento dos oceanos e em consequência da atmosfera, provoca mais chuvas.

O Pacífico ocupa 33% da superfície da Terra, e por isso exerce grande influência climática nos continentes lindeiros. Quando ele aquece, surge o fenômeno chamado de “El Niño” que traz muitas chuvas para o sul e o sudeste do Brasil. “La Niña” é o processo oposto. Mas, quando o oceano está neutro, não se tem previsão do que pode acontecer. E isso é o que está acontecendo: o Pacífico está neutro desde 2012.

Para analisar as variações climáticas, cerca de 70 boias estão espalhadas pelos mares no mundo todo, e medem as temperaturas das águas em até 1.000 metros de profundidade. Além disso, avançados softwares e computadores também estão dedicados às medições climáticas.

Segundo Molion, o período de chuvas ficará um pouco abaixo da média, e será vantajoso para o café, que não necessita de muita umidade.

Porém, é necessário tomar cuidado com os dias mais secos e frios que estão por vir no meio deste ano.

Tudo isso é bom senso e nada tem a ver com os exageros do aquecimentismo radical, que não pensa na natureza e nos homens, mas tem objetivos ideológicos contrários ao progresso do Brasil e da civilização, observamos nós.