Uma chinesa da cidade de Shenzhen recentemente foi ao hospital para uma pequena cirurgia: remover pedras nos rins. Durante a cirurgia, no entanto, os médicos lhe disseram que seu rim esquerdo devia ser removido para que ela sobrevivesse. Após buscar uma explicação para o acontecido, lhe disseram: “Vamos compensá-la o quanto for necessário.”
Wei Jianmin, de 32 anos, foi diagnosticada com pedras nos rins em 24 de agosto no Hospital Guangsheng, em Shenzhen, segundo a mídia estatal Noticiário Yangcheng. Quando soube por um médico que a cirurgia para remover pedras é minimamente invasiva e custava apenas 800 yuanes (130 dólares), ela optou por fazê-la imediatamente.
Às 14h, no mesmo dia, ela já estava numa sala de operação. Ela acordou da anestesia por volta das 19h, ainda deitada na mesa de operação. Por volta das 21h, um grupo de médicos e enfermeiros entrou e coletou um pouco de seu sangue. Então, eles voltaram e disseram que precisavam retirar seu rim esquerdo.
“O médico me disse que era absolutamente necessário remover o rim, caso contrário eu não sobreviveria até a manhã seguinte”, contou Wei em entrevista à mídia chinesa. Os médicos persistiram e Wei foi convencida a assinar um acordo para remover o rim, apesar de repetidamente pedir maiores detalhes ou explicações, segundo a reportagem.
Quando souberam o que ocorreu, a família de Wei ficou confusa e irritada. Eles foram ao hospital no dia seguinte exigir uma explicação. O hospital não tinha nada a dizer, simplesmente afirmaram que a decisão foi tomada com a consulta de peritos. “O hospital nos disse para não fazer barulho ou criar problemas. E que nos compensariam o quanto fosse necessário”, disse o sr. Pan, o namorado de Wei, ao repórter.
A cirurgia de Wei é chamada ‘ureteroscópica pneumática litotríptica’, que deveria ser um procedimento minimamente invasivo, rápido e simples e que tem uma alta taxa de sucesso. Mesmo uma cirurgia falha não exigiria a remoção do rim, disse um especialista ao Noticiário Yangcheng.
Aparentemente preocupada em ter se tornado uma vítima do comércio ilegal de órgãos, Wei perguntou o que o hospital fez com seu rim depois de removido. Eles lhe disseram que seu órgão foi enviado para exame em algum lugar na província de Guangzhou. Nenhum detalhe adicional foi fornecido. A polícia local ainda não comentou a respeito; o Noticiário Yangcheng disse que continua a acompanhar o caso e a investigar o assunto.
A extração ilegal e o tráfico de órgãos têm ocorrido há décadas na China, primeiro com prisioneiros executados, em seguida com prisioneiros uigures muçulmanos na década de 1990 e posteriormente com prisioneiros de consciência do Falun Gong a partir do ano de 2000, após o regime chinês começar a perseguir a disciplina espiritual do Falun Gong em 1999, segundo pesquisas publicadas recentemente.
Pequenas redes de tráfico de órgãos atuam em toda a China e esses grupos criminosos têm sido desmantelados e expostos com grande alarde na mídia estatal, embora a extração forçada de órgão organizada pelo regime comunista chinês nunca tenha sido reconhecida.