Recentemente, o regime chinês na cidade de Wenzhou, no Sudeste da China, acidentalmente admitiu que está usando vírus Trojan Horse para monitorar os telefones do público em tempo real.
Em 15 de dezembro de 2014, um relatório de ensaio técnico apareceu na página web oficial da Zona de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico de Wenzhou (ZDETW). O relatório, intitulado “Os resultados referentes ao sistema de codificação telefônica adquirido pela Secretaria de Segurança Pública da ZDETW”, incluiu uma lista detalhada dos vírus Trojan Horse comprados. Esta lista de compras involuntariamente revelou como a polícia local estava espionando as pessoas por meio de seus telefones.
De acordo com o relatório, a polícia da ZDETW gasto 49 mil yuanes (c. US$ 7,9 mil) num vírus “projetado especificamente para Android e iPhones desbloqueados, que permite que ligações telefônicas, mensagens de textos, fotos e muito mais sejam monitorados em tempo real”. O termo “desbloqueado” se refere à instalação de software que remove as limitações impostas ao telefone pelo prestador de serviço.
A polícia também gastou 100 mil yuanes (c. US$ 16 mil) num codificador, que ajudaria a “implantar o vírus Trojan no telefone por meio de contato”. O codificador também é projetado especificamente para telefones Android e iPhones desbloqueados.
Segundo o relatório, tanto o vírus e o hardware foram comprados da Wuhan Hongxin Communication Technology Co. Ltd., que é de propriedade exclusiva do Instituto de Pesquisa dos Correios e Telecomunicações de Wuhan (também conhecido como FiberHome Technologies Group), que é financiado pelo estado chinês. A empresa negou ter fornecido os vírus e o codificador, e a polícia da ZDETW não fez qualquer comentário sobre o relatório.
Depois que o relatório foi encontrado por internautas chineses, ele foi divulgado amplamente com o título “Polícia da ZDETW compra vírus Trojan Horse de 100 mil yuanes para telefones”. Em 7 de janeiro, o relatório original foi removido do website oficial da ZDETW.
No mesmo dia, um artigo do China Digital Times revelou que o departamento de propaganda do Partido Comunista Chinês (PCC) tinha ordenado que não publicassem o artigo mencionado acima. No entanto, a notícia se espalhou amplamente e provocou grande crítica pública.