Relatório do governo revela bomba da dívida chinesa

26/10/2012 18:12 Atualizado: 31/10/2012 18:15
O gráfico do Índice Hang Seng diante de um banco em Hong Kong em 25 de agosto de 2011. (Laurent Fievet/AFP/Getty Images)

Nações ocidentais seriamente endividadas que têm esperanças de que a China irá resgatá-los devem pensar novamente: um novo relatório de um órgão de pesquisa do regime chinês revela que a China tem seus próprios problemas de dívida.

O relatório “Pesquisa dos Riscos Financeiros da China” de 22 de outubro do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento (CPD) do Conselho de Estado mostra que a dívida combinada do governo central e local é de 23,76 trilhões de yuanes (3,8 trilhões de dólares) ou 59% do PIB de 2010. Embora esse número seja menor do que a maioria dos governos ocidentais, a distribuição é o mais preocupante.

A dívida de curto prazo dos governos locais é a mais crítica, com maior potencial para uma explosão financeira. Na verdade, a dívida é tão alta que 78 cidades e 99 condados necessitariam alocar 100% do seu orçamento para atendê-la.

Um plano de estímulo de 640 bilhões de dólares do governo central permitiu que os governos locais fizessem grandes empréstimos em 2009, após a crise financeira global de 2008. A fim de emprestar dos bancos, os governos locais estabeleceram entidades financeiras especiais que realizaram projetos de infraestrutura local, principalmente estradas e aeroportos.

Segundo o relatório do CPD, 42% destas dívidas locais amadurecerão no final de 2012 e 53% até o final de 2013. O relatório examinou 1.734 das entidades especiais e descobriu que mais de 26% delas está perdendo dinheiro.

Uma vez que muitos governos locais estão enfrentando dificuldades para pagar os juros sobre os empréstimos, a probabilidade é baixa que eles reformem a dívida em tempo. Muitos dos projetos não estão gerando caixa suficiente para cobrir as dívidas, por isso, alguns governos locais assumiram novos empréstimos para reformar os antigos, agravando o problema.

É muito provável que a Comissão Regulatória do Banco da China seja forçada a introduzir uma nova política, prorrogando o prazo para entidades que não podem pagar a dívida, segundo a Secretaria Nacional de Auditoria.

No entanto, não há sinal de que a atividade de investimento governamental esteja estabilizando. Pelo contrário, está aumentando. Como o desempenho dos oficiais do regime é medido por quanto eles impulsionam o PIB, o incentivo é alto para eles gastarem mais e criarem um histórico de realizações políticas, deixando a dívida para a próxima geração.

Wu Jinglian, um conhecido estudioso financeiro chinês e especialista do Conselho de Estado, aponta que o atual plano de investimentos apresentado pelos governos locais chegou a 17 trilhões de RMB (2,72 trilhões de dólares). Referindo-se ao Fórum Financeiro Internacional de 2012, ele advertiu que os planos atuais de estímulo econômico do regime chinês não são sustentáveis e criarão consequências seríssimas, conforme este jornal informou num artigo anterior.

Falando num fórum a portas fechadas em Shenyang, província de Liaoning, em outubro de 2011, o economista e estudioso Larry Lang previu que a dívida local poderia causar um tsunami econômico, informou o Epoch Times em outro artigo.

Ele avisou, “Cada província da China é uma Grécia. Todos os níveis do governo falirão em todos os aspectos.”

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