O relator da CPI da Petrobras do Senado, José Pimentel (PT-CE), divulgou nesta segunda-feira (4), nota em que afirma ter decidido não se afastar da condução dos trabalhos da comissão e que tomou uma série de providências para apurar a suspeita de fraude nos trabalhos.
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Reportagem do jornal O Estado de São Paulo de domingo (3), revelou a pressão de integrantes do governo e da campanha da presidente Dilma Rousseff para que ele se afastasse da CPI após a reportagem, publicada neste final de semana pela revista Veja, na qual é relatado que perguntas e respostas de depoentes da CPI da Petrobras da Casa teriam sido combinadas entre integrantes da comissão e da cúpula da estatal.
Na tarde desta segunda-feira a pressão pela saída aumentou após pedidos de representantes da oposição. Eles querem investigar Pimentel por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética do Senado. Pimentel negou as acusações. Disse na nota não ter se reunido com pessoas sob apuração e nem orientou o depoimento dos investigados.
No texto, destacou que o plano de trabalho da comissão aprovado no dia 14 de maio por unanimidade continha uma relação de perguntas a serem respondidas pelos depoentes em seus depoimentos. Segundo o relator, as perguntas a cada depoente foram formuladas com base em critérios como o “denso material” resultante da participação dos executivos da Petrobras em recentes audiências públicas.
Mesmo assim, Pimentel decidiu protocolar na tarde desta segunda-feira dois requerimentos na CPI da Petrobras do Senado. O primeiro pede a abertura de uma apuração para esclarecer os fatos e, se for o caso, atribuir responsabilidades. O segundo quer que o presidente da CPI, Vital do Rêgo (PMDB-PB), requeira à revista Veja a íntegra do vídeo que deu origem à matéria, sob o compromisso de preservação do sigilo.