Reino Unido quer ajudar a achar meninas da Nigéria

12/05/2014 22:43 Atualizado: 12/05/2014 22:43

O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, declarou neste domingo (11) que o país está decidido a colaborar com o governo da Nigéria a fim de recuperar as adolescentes capturadas pela milícia islâmica Boko Haram. Em um programa no canal oficial britânico BBC News, Cameron posou com um cartaz com a frase “Bring Back our Girls” (Devolvam nossas meninas). Esse slogan tem sido utilizado em uma campanha nas redes sociais.

Cameron não rejeitou a possibilidade de que o socorro à Nigéria incluirá o envio de destacamentos militares britânicos, mas ele julga improvável que o país africano solicite essa espécie de ajuda. “Considero improvável que requisitem o exército britânico, mas já atuamos com os nigerianos no passado em sequestros, nos quais as forças especiais britânicas auxiliaram, colaboraram e tudo o mais. Eu disse ao presidente (Goodluck) Jonathan que, no momento em que achar que podemos ajudar, por favor peça e logo estudaremos o que poderemos fazer”, acrescentou Cameron.

Em discurso na câmara dos Comuns, o líder do governo britânico destacou que é importante o Reino Unido manifestar força diante de ações radicais islâmicas que se opõem à educação e ao aperfeiçoamento de meninas. “Esta é uma atitude de absoluta maldade. (A tragédia) uniu o povo de todo o planeta para defender a Nigéria e ajudar a localizar estas meninas e restituí-las a seus pais”, afirmou Cameron.

O líder inglês também apoiou a luta mundial contra o extremismo islâmico: “Não se trata de um assunto exclusivo da Nigéria. Observamos problemas na África, no Oriente Médio, no Paquistão. E vamos ser sinceros: há apoio ao extremismo igualmente em escolas e universidades no Reino Unido”.

A milícia Boko Haram luta para impor sharia (lei islâmica) na Nigéria e compara a educação ocidental a um pecado. Boko Haram reivindicou a autoria da captura das adolescestes, em sua maior parte de jovens cristãs. Elas foram sequestradas em um colégio na cidade de Chibok, no noroeste da Nigéria, em 14 de abril. Foram raptadas 276 adolescentes. De acordo com a polícia, 53 conseguiram escapar e 223 permanecem presas. O líder do bando armado – Abubakar Shekau – ameaçou em um vídeo que iria vender as menores.

Uma equipe de especialistas do governo britânico chegou ontem (11) a Abuja, capital da Nigéria, depois de o presidente nigeriano concordar com a ajuda acertada na última quarta-feira (7) com o primeiro-ministro. Cameron disse que a procura pelas jovens – assessorada por especialistas norte-americanos – é “terrivelmente complicada” “Com certeza estão numa área da selva que é três vezes maior do que o País de Gales, mas é bom que estejamos juntando forças e procurando ver o que podemos fazer”, disse. O grupo britânico inclui especialistas dos ministérios da Defesa, do Desenvolvimento Internacional e de Assuntos Exteriores.

Indagado sobre a demora em encontrar as jovens, o governo da Nigéria comunicou sábado (10) que irá intensificar a vigilância nas fronteiras para impedir que as meninas sejam retiradas do país. Equipes de vários países e a Interpol também estão ajudando no trabalho de procura. O Papa Francisco também manifestou apoio à causa: “Vamos todos nos unir em prece pela libertação sem demora das estudantes sequestradas na Nigéria”, postou o pontífice em seu Twitter.