Regime chinês revela plano para reprimir a internet

26/12/2012 17:26 Atualizado: 27/12/2012 09:34
Esta imagem criada por internautas chinesas mostra os oficiais Lei Zhengfu e Yang Dacai, cujos escândalos foram recentemente exposto online. Eles apontam a manchete do artigo “A internet não está fora da lei”, que foi amplamente criticado na internet (Weibo.com)

A mídia estatal tem divulgado a intenção do Partido Comunista Chinês (PCC) de punir a liberdade de expressão na internet.

Em 20 de dezembro, a agência de notícias Xinhua, o Diário do Povo e o Diário Guangming, mídias importantes porta-vozes do regime, publicaram editoriais de primeira página sobre a internet ser “sujeitada à lei” e repetiram o tema em 21 de dezembro. Portais da web que são habitualmente pressionados pelos objetivos do serviço de propaganda do PCC seguiram o exemplo, como o Sina, Sohu e Netease, que publicaram editoriais sobre “o reforço das restrições pela lei na internet”.

Os artigos são sinais típicos de uma mudança política, que usa notícias para indicar uma campanha que se aproxima. O Weibo (a versão chinesa do Twitter) e outras plataformas da internet foram ambiente de discussão franco e animado em resposta à notícia.

Pelo menos dois altos oficiais ficaram recentemente embaraçados por escândalos divulgados na internet. Lei Zhengfu e Yang Dacai têm boas razões para desejarem tais restrições. Uma charge publicada pelo repórter Liu Xiangdong no The Economic Observer sugere um motivo para a repressão proposta, com Lei Zhengfu e Yang Dacai apontando a manchete: “A internet não está fora da lei”.

“Acredito que este é um sinal de supressão”, disse o dissidente chinês Shen Liangqing em entrevista à Rádio Som da Esperança.

O influente economista Han Zhiguo lamentou a chegada de mais repressão logo após a recente mudança da liderança no 18º Congresso Nacional do PCC, quando muitos chineses tinham esperanças de reforma política. Ele escreveu no Weibo para seus 4 milhões de seguidores, “O período de lua de mel não passou e o Weibo enfrenta perigo novamente. Neste momento em que a sociedade tem esperança, esse tipo de pensamento habitual [das autoridades] é inacreditável.”

Este mesmo sentimento de decepção foi ecoado por outro autor popular. Xu Xiaonian, professor da Escola Internacional de Administração China-Europa, comentou a seus mais de 5 milhões de seguidores, “Quem acreditará nisso mesmo que outras reformas políticas sejam promovidas no futuro?”

Algumas pessoas fizeram críticas severas a mais censura na internet. “De minhas experiências pessoais, acho que o Diário do Povo deveria ser chamado de a fonte do mal, o Diário Guangming de a fonte do pecado e a CCTV de a fonte de todo o mal”, escreveu o internauta ‘Chen VI 1968’.

Outro usuário da Internet expressou-se desafiante, “No ano passado, eles implementaram um sistema de registro do nome verdadeiro no Weibo e isso foi muito intimidante para nós. No entanto, devido à coragem de todos, o novo sistema falhou. Agora, dizem que a internet não está fora da lei e tentam usar um método diferente para nos intimidar. Yugong gostaria de dizer algumas palavras: a internet não está fora da lei, mas a China também não é a terra privada da ditadura autoritária, por isso peço a todos vocês que por favor saiam da China, quanto mais longe melhor.”

Este internauta chinês, cujo pseudônimo é ‘Yugong afastando do PCC’, refere-se a uma história chinesa em que um idoso continua tentando mover para longe uma montanha que existe diante de sua vila. Sua determinação toca os deuses e eles movem a montanha para ele.

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