Regime chinês reprime oficiais corruptos

15/10/2012 18:49 Atualizado: 31/10/2012 18:52
O político chinês degraçado Bo Xilai na Conferência Consultiva Política Popular no Grande Salão do Povo em 3 de março de 2012 em Pequim. (Feng Li/Getty Images)

O Partido Comunista Chinês (PCC) está tentando deter a hemorragia de altos oficiais indo para outros países, frequentemente com grandes somas de dinheiro, que tem ocorrido nos últimos anos.

Um comentarista político sugeriu que a medida possa estar relacionada ao caso contra o político chinês deposto Bo Xilai e o 18º Congresso Nacional do PCC que se aproxima.

Os chamados “oficiais nus” são aqueles que têm familiares que vivem em outros países, com alguns tendo até mesmo cidadania estrangeira, e que transferiram seus ativos para o exterior, preparando-se para deixar a China na hora certa.

Foi relatado no início deste ano pela revista Trend de Hong Kong que cerca de 90% dos oficiais do Comitê Central, de comitês suplentes e da Comissão Central de Inspeção Disciplinar têm familiares que vivem ou trabalham no exterior. Esses oficiais tiveram de declarar recentemente se têm família no exterior. O valor de 90% não pôde ser verificado.

O Comitê Central do Partido Comunista e do Conselho de Estado está tentando pôr fim no fenômeno ou pelo menos restringi-lo significativamente.

Um artigo de 22 de setembro da revista Trend disse que o vice-primeiro-ministro Li Keqiang, um membro do Comitê Permanente do Politburo, criou um grupo de trabalho temporário para reprimir os “oficiais nus” que procuram sair da China com seus bens. Li Yuanchao, o chefe do Departamento de Organização; Meng Jianzhu, o ministro da Segurança Pública; e Li Zhanshu, diretor do Gabinete Geral do Partido Comunista estariam encarregados de supervisionar a força-tarefa.

Cerca de 8.000 policiais especiais e mais de 350 novos “instrumentos antifalsificação” foram mobilizados nos principais aeroportos, postos de fronteira e portos que oficiais comunistas chineses poderiam usar para deixar o país. O Ministério da Segurança Pública também renovou licenças de motorista, passaportes e documentos de entrada e saída para mais de 70 mil oficiais superiores e cerca de 450 mil oficiais distritais nos últimos dois meses, segundo a publicação.

O comentarista político Xing Tianxing disse à emissora NTDTV, que a diretiva emitida no mês passado sugere que a segurança está apertando enquanto se aproxima o 18º Congresso do PCC, que será realizado em novembro e é o momento em que a velha guarda transferirá o poder aos novos líderes. O premiê Wen Jiabao e o líder Hu Jintao deixarão o cargo e outros assumirão seus lugares.

Xing Tianxing disse que a nova repressão sobre os “oficiais nus” também pode ser uma resposta para o caso de corrupção contra Bo Xilai, o líder deposto de Chongqing que enfrenta um julgamento em breve sobre acusações que vão de corrupção, abuso de poder e encobrimento de sua esposa Gu Kailai sobre o assassinato do empresário britânico Neil Heywood.

“As pessoas envolvidas no caso de Bo Xilai podem tentar fugir da China”, disse Xing Tianxing à emissora no fim de semana, “esta medida impedirá alguns deles”.

Embora o termo “oficial nu” possa soar engraçado, ele não é motivo de riso para o Partido Comunista.

Entre 16 e 18 mil funcionários do PCC levaram 800 bilhões de yuanes (128 bilhões de dólares) quando fugiram da China ou simplesmente desapareceram, segundo um estudo do Banco Popular da China. O pesquisador Li Chengyan da Universidade de Pequim disse que cerca de 10 mil oficiais do PCC deixaram a China com um trilhão de yuanes (160 bilhões de dólares), uma média de 16 milhões de dólares por oficial.

“Em muitos casos, um único funcionário corrupto fugiu com centenas de milhões de yuanes. Isso mostra que a corrupção assola a China”, disse Li Chengyan ao Economic Weekly.

No caso de Bo Xilai, foi relatado no início deste ano pela mídia japonesa Asahi Shimbun que Gu Kailai era suspeita de transferir ilegalmente 6 bilhões de yuanes para o estrangeiro.

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Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.