Terça-feira, 7 de fevereiro de 2012, o regime chinês justificou os disparos contra os manifestantes tibetanos desarmados, ocorridos na província de Sichuan, nos dois primeiros dias do Ano Novo Lunar chinês.
Segundo os grupos de defesa dos tibetanos no exterior, pelo menos sete tibetanos foram mortos e dezenas foram feridos no decorrer dos dois dias de violência. O ministro chinês das Relações Exteriores culpou forças estrangeiras de terem provocado os manifestantes e pela série de autoimolações na região autônoma do Tibete.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês qualificou os manifestantes, desarmados, de criminosos.
Liu Weiming, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse, “Foi feito o necessário para controlar a situação. Nós pensamos que a recente série de eventos foi orquestrada e encorajada por uma pessoa em segundo plano.”
O regime chinês acusa o Dalai Lama e os tibetanos que fugiram para a Índia após uma revolta em 1959 de terem incentivado essas manifestações.
Segundo a Rádio Free Asia, três outros tibetanos atearam fogo a si mesmos, numa sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012, em resposta à violência do exército chinês.
Em meio ao tumulto, o regime chinês reforçou seu sistema de segurança em toda a região autônoma do Tibete, bloqueando todos os meios de comunicação e impedindo o trabalho de jornalistas estrangeiros.
Para Woeser, poeta e ativista tibetano, as manifestações e autoimolações mostram o crescente desespero dos tibetanos.
Ele disse, “Têm tido pouca reação no mundo exterior. O regime chinês não tem feito grande coisa para acalmar os tibetanos. Ao invés disso, ele utiliza cada vez maior força para reprimi-los. Nessa situação, a decepção e o desespero do povo tibetano não param de crescer.”
Ele explica que as equipes de segurança chinesas deram um aviso de não falarem com a imprensa estrangeira.
Desde março de 2011, pelo menos 19 tibetanos budistas ou leigos atearam fogo a si mesmos em reação à dominação opressiva do regime chinês.
