Uma grande reestruturação do Exército Popular de Libertação (PLA) está para acontecer até o final de 2015, segundo o South China Morning Post, jornal baseado em Hong Kong. A reforma, em andamento há alguns meses, destina-se a transformar o PLA em uma força mais profissional, nos moldes militares ocidentais e, ao mesmo tempo, consolidar o controle político do Partido Comunista Chinês sobre os militares.
Essas mudanças institucionais, durante o processo onde o líder chinês Xi Jinping busca reforçar sua autoridade, representam a última rodada da turbulenta dinâmica Partido-Exército.
A reestruturação envolve mudanças de pessoal, redução do tamanho das instituições militares e elevação da importância das forças aéreas e navais que, historicamente, tiveram um papel secundário em relação às forças terrestres.
O South China Morning Post relata que as atuais sete regiões militares estão “obsoletas” e devem ser substituídas por cinco comandos regionais: norte, sul, leste, oeste e central, sendo a última provavelmente localizado em Pequim.
“A sede da zona de combate central provavelmente será em Pequim, porque a capital é também o centro nervoso administrativo e militar da China”, segundo o jornal.
Leia também:
• Miss Canadá é recebida como heroína por sua luta pelos direitos humanos
• Buscando justiça em uma China sem lei
• O problema da China é a dívida interna
Um artigo recentemente publicado por um jornal do PLA, afirma que o sistema dos sete comandos existente é considerado desatualizado. O sistema é excessivamente centralizador e representa um desafio para o controle do Partido Comunista Chinês, segundo a publicação do PLA. Com a nova configuração, a Comissão Militar Central – agência pelo qual o Partido Comunista controla as forças armadas chinesas -, terá maior autoridade e poder. Novas comissões e departamentos já foram criados para gerir o novo sistema, disse o South China Morning Post.
Historicamente, o Partido e o PLA tem uma relação complicada, basicamente devido à luta pelo poder político. Mao Zedong, fundador da era comunista na China, disse que o “Partido controla as armas”. Principalmente em seu tempo, membros das forças armadas foram expurgados múltiplas vezes, incluindo agentes que seguiram Mao desde o início.
Sob os olhos do ex-líder, Jiang Zemin, membros do PLA se envolveram em esquemas de corrupção massivos, como os generais Xu Caihou e Guo Boxiong, conhecidos por sua lealdade a Jiang. Nos últimos dois anos, Xi Jinping, tem purgados em massa militares e funcionários do PLA.
Entretanto, a reforma de Xi também envolve laços pessoais. A provável indicação do general, Zhang Youxia, a vice-presidente da Comissão Militar Central é uma evidência disso. Os pais de Xi e Zhang foram colegas oficiais nas forças comunistas durante a guerra civil chinesa, que levou o partido ao poder em 1949.