Regime chinês fará auditoria da dívida do governo local

01/08/2013 17:58 Atualizado: 01/08/2013 18:04
O Grande Salão do Povo em Pequim antes da sessão de encerramento do 18º Congresso Nacional do Partido Comunista Chinês em 14 de novembro de 2012 (Wang Zhao/AFP/Getty Images)

A Comissão de Auditoria da China anunciou em 28 de julho a formação de uma nova administração para auditar toda a dívida do governo local e deverá começar seus trabalhos no início de agosto.

O anúncio provocou uma queda nos estoques domésticos. “A auditoria aumentará a pressão no setor imobiliário e nas indústrias de infraestrutura, enquanto perturbará as indústrias dependentes de gastos do regime”, disse o pesquisador financeiro Lan Tianfeng à mídia estatal Xinhua.

Um relatório de julho do Fundo Monetário Internacional destacou “vulnerabilidades crescentes nas finanças do governo local, que decorrem de um descompasso entre mandatos de despesas e fontes de receita”. E acrescentou que agências locais do regime dependiam em grande parte da venda de terras para financiar as atividades do regime, uma prática que, segundo a Secretaria Nacional de Auditoria, está em andamento desde 1979.

O FMI concluiu que a dívida pública tem aumentado desde 2009 e que em 2012 a dívida do regime equivalia a 45% do PIB, representando as despesas fora do orçamento da China.

Cao Siyuan, um ex-oficial do regime e atual diretor de um centro de consultoria de falência, disse à emissora independente NTDTV que o regime chinês acha que a falência não é um problema em países sociais, então, ele aboliu a legislação sobre falência, deixando os oficiais sem referência sobre como lidar com a dívida.

“Somente com a recente falência da cidade de Detroit, as pessoas perceberam que os governos podem ir à falência também”, disse Cao. “Por muito tempo, o governo apenas emprestou imprudentemente e incorreu em pesadas dívidas.”

Os governos locais estão em dívida porque constroem edifícios de escritórios de luxo para transmitir uma boa imagem pública, disse Duan Shaoyi, o diretor-adjunto do Centro Tianze de Pesquisa Econômica de Pequim.

Residentes em muitas cidades também correm o risco de serem despejados à força para que suas terras possam ser vendidas para mais desenvolvimento imobiliário.

A China tem doze grandes cidades-fantasma – áreas desabitadas com imóveis que muito poucos podem pagar – incluindo a área de Ordos Kamba na Mongólia Interior, a nova área de Zhengdong na província de Henan e várias outras. “Investir em imóveis sem lucro é uma fórmula para a falência nestas cidades”, disse Cao.

O regime deve suas dívidas a bancos, investidores e acionistas locais e vários outros, segundo a Secretaria Nacional de Auditoria da China. Governos comunistas locais possuem 35,5 bilhões de dólares (218 bilhões de yuanes) em títulos ilegais, segundo a mídia estatal Beijing News.

Em 23 de julho, o Partido Comunista Chinês (PCC) ordenou uma suspensão de cinco anos na construção de edifícios de escritórios, como parte da campanha anticorrupção do novo líder chinês Xi Jinping.

Um oficial do regime da Secretaria Nacional de Auditoria afirmou que a falência dos governos locais poderia ser evitada, mas internautas no Sina Weibo, uma plataforma chinesa similar ao Twitter, pensam o contrário.

“A dívida local está completamente fora de controle. Esperemos que esta auditoria descubra quem é o responsável pelo plano de investimento de 4 trilhões em 2008 e pelo de 10 trilhões em 2012”, escreveu o investidor profissional Huang Sheng, referindo-se aos investimentos do regime em infraestrutura e indústrias diversas.

“A dívida do regime avança aos galopes e uma auditoria é inútil”, postou um blogueiro da província de Anhui. “Para realmente se livrar do fardo deste governo, precisamos de atividade política subversiva.”

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