Regime chinês diz que Gu Kailai admitiu matar empresário britânico

12/08/2012 09:00 Atualizado: 12/08/2012 09:00

Gu Kailai (esquerda) e Bo Xilai (direita). (Arquivo Epoch Times)Gu Kailai, a esposa do poderoso político chinês recém-deposto Bo Xilai, confessou o assassinato do empresário britânico Neil Heywood, disse a mídia estatal chinesa na sexta-feira.

Durante o restrito e fortemente vigiado julgamento na quinta-feira, Gu Kailai admitiu envenenar Heywood, de 41 anos, em novembro passado. Originalmente, foi relatado que ela não negou matar o empresário britânico, mas agora a mídia oficial disse que ela cometeu o crime.

“Aceitarei e enfrentarei calmamente qualquer sentença e também espero uma decisão judicial justa e imparcial”, disse ela, segundo a mídia porta-voz do regime comunista chinês, a Xinhua.

Zhang Xiaojun, que teria conspirado e auxiliado Gu Kailai no crime, também admitiu ter desempenhado um papel no assassinato. “Eu realmente sei que estava errado”, disse ele conforme citado.

Os dois foram acusados de matar Heywood num quarto de hotel na cidade chinesa de Chongqing.

O tribunal proibiu jornalistas de entrarem no edifício do tribunal na quinta-feira e afirmou que a galeria pública já estava cheia.

O julgamento de Gu Kailai e a decisão do Partido Comunista de tirar o poder de Bo Xilai, um neomaoista radical que era secretario do Partido Comunista Chinês (PCC) na cidade de Chongqing, expôs profundas disputas de poder dentro do regime.

A queda de Bo Xilai começou quando Wang Lijun, seu braço direito e ex-chefe de polícia de Chongqing, fugiu e solicitou asilo no consulado dos EUA em fevereiro. Entre outras coisas, Wang Lijun teria contado as autoridades norte-americanas sobre o envolvimento de Bo Xilai na colheita forçada de órgãos de praticantes vivos do Falun Gong, uma prática de meditação que tem sido perseguida na China desde 1999, em hospitais, presídios, hospitais psiquiátricos e outras instalações.

Tanto Wang Lijun como Bo Xilai estão sob investigação do Comitê Central de Inspeção Disciplinar do PCC e seu paradeiro atual de ambos é desconhecido. Bo Xilai é acusado de “violar a disciplina partidária”, nepotismo, abuso de poder e outros crimes durante seu mandato como prefeito de Chongqing. Relatos também apareceram de que Bo Xilai escutava e vigiava altos oficiais do PCC em seus esforços de ascender na estrutura do PCC.

O envolvimento de Gu Kailai no assassinato e os crimes de Bo Xilai são escândalos políticos sensacionais que afetam a liderança da China como não são vistos há décadas. Isso ocorre meses antes dos altos oficiais do PCC entregarem o poder no 18º Congresso Nacional no fim deste ano, uma transição que ocorre a cada dez anos.