Regime chinês busca incentivo simbólico na localização de Plenário

12/11/2013 14:00 Atualizado: 12/11/2013 09:26

No calendário de eventos que marca o governo do novo secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC), a 3ª Sessão Plenária do Comitê Central tem significado especial. O líder chinês Xi Jinping preferiu sublinhar suas esperanças pela 3ª Sessão Plenária do 18º Comitê Central movendo-a para o Hotel Jingxi, na periferia ocidental de Pequim.

Os dois primeiros plenários do novo Comitê Central, escolhido para servir sob o novo secretário-geral, tendem a decidir as mudanças nas lideranças central e regional e na organização do PCC. É geralmente esperado que a terceira sessão plenária, que em geral ocorre em outubro, traga uma série de mudanças políticas significativas, enquanto a nova liderança revela seus projetos para a próxima década.

Os plenários são geralmente realizados no faustoso Grande Salão do Povo, parte do centro simbólico de poder do PCC. Ao movê-lo para a periferia da cidade, a liderança do PCC espera aproveitar o significado simbólico do Hotel Jingxi.

Em 1978, Deng Xiaoping realizou a 3ª Sessão Plenária do 11º Comitê Central neste hotel e pôs o país no caminho da reforma e abertura, as medidas que transformaram a economia chinesa de estilo maoísta assolada pela pobreza numa potência econômica. Xi Jinping espera que o povo chinês associe o plenário deste ano com as reformas inovadoras de 1978.

Início atrasado

Não apenas o local, mas o momento do Plenário atual também é incomum. Os terceiros plenários são geralmente realizados em outubro. Uma reportagem da Voz da América (VOA) especula que a liderança do PCC escolheu a data de novembro para dar algum tempo da condenação em setembro do político chinês desgraço Bo Xilai.

É incomum que oficiais do PCC da posição de Bo Xilai – um ex-membro do Politburo – sejam julgados e Bo Xilai tinha forte apoio da facção do PCC liderada pelo ex-líder chinês Jiang Zemin.

Terceiros plenários anteriores, notadamente aqueles que se seguiram a ascensão de Jiang Zemin em 1993 e de Hu Jintao em 2003 anunciaram estratégias econômico-políticas de peso.

O Comitê Central reunido agora em Pequim enfrenta grandes desafios, incluindo uma economia que enfraquece e corrupção generalizada que inquieta cada vez mais o povo chinês. Não se espera que esteja na agenda a situação dos chineses despojados da terra e abandonados à miséria pelos governos locais ou a constante perseguição de minorias étnicas e religiosas, incluindo a disciplina espiritual do Falun Gong, tibetanos, uigures e cristãos domésticos.

Como Xi Jinping lidará com todas essas questões, inclusive com aquelas que o PCC prefere não discutir publicamente, determinará se a 3ª Sessão Plenária porá em marcha uma verdadeira reforma ou será conhecida apenas como mais conversa fiada.