Regime chinês exige código-fonte e acesso a computadores de bancos

06/02/2015 21:17 Atualizado: 06/02/2015 21:17

O regime comunista chinês emitiu novas regras exigindo que empresas estrangeiras de tecnologia que vendem equipamentos de informática para bancos chineses forneçam seu código-fonte, autorizem auditorias invasivas e criem portas de acesso (backdoors) em seu hardwares e softwares.

O New York Times citou uma cópia do documento que explicitava as novas regras, recebido por empresas estrangeiras de tecnologia que fazem grande quantidade de negócios com a China, dizendo que 75% dos produtos de tecnologia usados por instituições chinesas devem ser classificados como “seguro e controlável” até 2019.

Em resposta, 18 grupos empresariais norte-americanos, incluindo a ‘Câmara de Comércio dos EUA na República Popular da China’ (AmCham China), escreveram uma carta conjunta para o escritório de cibersegurança da China, apelando para um adiamento da implementação das novas regras, alegando que estas prejudicariam a cibersegurança e o mercado global.

“Um abordagem sobre política de cibersegurança que seja excessivamente ampla, discriminatória e opaca, e que restringe a internet global e os produtos e serviços de tecnologias de informação e comunicação (TIC) acabaria por isolar as empresas de TIC chinesas do mercado global e enfraquecer a cibersegurança, prejudicando assim o crescimento e o desenvolvimento econômico da China e restringindo a escolha do cliente”, dizia a carta, segundo a BBC.

A carta, datada de 28 de janeiro, foi dirigida ao Grupo Central de Liderança para Assuntos do Ciberespaço, liderados pelo líder chinês Xi Jinping.

A carta exorta “discussão urgente e diálogo” por causa de uma “tendência crescente” que empresas na China são obrigadas a usar apenas produtos e serviços de tecnologia desenvolvidos e controlados por empresas chinesas, disse o New York Times.

O ciberespecialista chinês Gu Chuan, professor visitante na Universidade de Columbia, em Nova York, indicou que o objetivo mais fundamental do Partido Comunista Chinês (PCC) é controlar a liberdade de expressão e a liberdade na internet na China, informou a emissora NTDTV.

Gu Chuan acrescentou que o efeito do maior controle de cibersegurança é garantir que a empresas chinesas de tecnologia se desenvolvam e ocupem o mercado chinês. Sob o crescente controle cibernético do PCC, o Google é um exemplo típico de empresas que deixaram a China, devido a sua resistência em aceitar a censura na internet do PCC, disse Gu. Após a saída do Google, a empresa chinesa Baidu, sob o controle do PCC, tornou-se a líder do mercado.