Refugiados sírios são apenas 21% dos imigrantes na Europa, aponta pesquisa

29/10/2015 07:00 Atualizado: 29/10/2015 10:53

O intenso fluxo de migrantes que tem entrado na Europa está atraindo grande atenção mundial, e gerando diversos debates acerca do tema. Apesar de ser uma questão que sensibiliza a humanidade, por se tratar, supostamente, de seres humanos que não tinham mais alternativas para sobreviver, muitos países estão se sentindo ameaçados com a enorme quantidade de pessoas que querem entrar em suas terras, cujas origens são muitas vezes desconhecidas.

A convenção das Nações Unidas sobre o estatuto de refugiados – um estatuto especial que permite candidatura a asilo – define refugiado como uma pessoa que deixou o seu país, ou está impossibilitada de regressar ao seu país, por correr risco de ser perseguida devido a razões políticas, relacionadas a raça, religião ou nacionalidade.

Contudo, a origem dos migrantes é diversa. Têm sido reportados como países de origem a Síria, Iraque, Afeganistão, Eritreia, Paquistão, Sudão, Somália, Nigéria, Congo, Sérvia, Albânia entre outros, o que indica que esta migração não se deve somente ao conflito sírio, mas sim às circunstâncias socioeconômicas particulares de cada um destes países.

Um relatório publicado pelo Eurostat (o organismo de estatísticas da União Europeia) no dia 18 de setembro, revela que entre o período de abril a junho deste ano, somente 1 em cada 5 pessoas que chegou à Europa veio da Síria, representando apenas 21% do total de migrantes.

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Estes números contradizem a narrativa da mídia em geral e da própria UNHCR (a agência para refugiados das nações unidas), que afirma que mais de 50% dos migrantes são refugiados da guerra na Síria.

Segundo a Eurostat, no segundo trimestre desde ano, 213 mil novos candidatos a asilo procuraram refúgio em países da União Europeia. Este número representa um aumento de 15% em relação aos primeiros 3 meses de 2015, e de 85% em relação ao mesmo período de 2014.

Neste mesmo período, o maior número de candidatos a asilo foram registrados na Alemanha (80,9 mil novos candidatos – 38% do total). Logo abaixo vem a Hungria, com 32,7 mil candidatos (15%), a Áustria com 17,4 mil (8%), a Itália com 14,9 mil (7%), a França com 14,7 mil (7%) e a Suécia com 14,3 mil candidatos (7% do total).

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Em relação aos dados do Eurostat, o Sr. Bill Cash, ministro do Partido Tory, da Inglaterra, afirmou que “Estes números são extremamente perturbadores. Toda a argumentação parte do pressuposto que este fluxo de migrantes é todo constituído por refugiados da Síria. Estes números acrescem às provas substanciais que um grande número de pessoas são migrantes econômicos em busca de uma vida melhor”, de acordo com o Dailymail.

Dave Davies, também ministro do Tory, acrescentou: “Muitos daqueles que optaram por arriscar as suas vidas para chegar à Europa fizeram-no por razões econômicas.”

Posicionamento da Alemanha

A atual chanceler da Alemanha, Angela Merkel, possui uma opinião diferente acerca do tema, e tem trabalhado para convencer alemães e europeus sobre a obrigação moral de receber refugiados e migrantes econômicos. Merkel deseja implementar na Europa um sistema de quotas semelhante àquele que já implementou na Alemanha, mas a ideia não tem sido bem recebida pelos parceiros Europeus.

A posição de Merkel tem gerado diversas polêmicas pois, em ocasiões anteriores, ela fez declarações que expressavam claramente sua posição negativa em relação ao multiculturalismo e à aceitação de imigrantes.

“Esta abordagem (multicultural) falhou, falhou redondamente”, afirmou Merkel em 2010, durante encontro em Potsdam, sul de Berlim.

Neste ano, vemos que as declarações da chanceler sobre o tema foram para o lado oposto. “Temos que aceitar um certo número de imigração legal, isso é globalização…  Na era do smartphone, não podemos nos fechar… as pessoas sabem como vivemos na Europa”, disse Merkel durante encontro em Frankfurt.

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Ela acrescentou: ”Não haverá tolerância para aqueles que não estão dispostos a oferecer ajuda, quando, por razões legais e humanitárias, a ajuda seja devida.”

Do outro lado do Atlântico, a hospitalidade de Merkel também está causando espanto. Donald Trump, atual candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, fez a seguinte sugestão: “Eles (Europa) deveriam criar uma zona de segurança onde as pessoas pudessem viver. E assim que possível, deveriam regressar a suas casas, regressar aos seus países de origem”.

Trump acrescentou que “Isto pode se revelar um enorme cavalo de Tróia caso algumas destas pessoas sejam membros do Isis”.

Ben Carson, outro candidato republicano à presidência dos EUA, afirmou que “…se eu fosse um jihadista global e se soubesse que os Estados Unidos estavam prestes a receber 10 mil, 65 mil ou 100 mil pessoas da minha região, eu provavelmente infiltraria os meus homens”.

A Alemanha estima que o número de migrantes no ano de 2015 chegue aos 800 mil.