Enfraquece aliança GM-Peugeot: A PSA Peugeot Citroën anunciou uma visão menos otimista sobre sua parceria com a empresa General Motors na quarta-feira, mais um sinal de que a aliança eventualmente acabará.
A cooperação transatlântica originalmente incluía “cerca de quarenta” projetos, segundo o chefe de programa da Peugeot, Jean-Christophe Quemard, mas os projetos têm sido repetidamente reduzidos. Os principais ativos da GM na Europa são a Opel da Alemanha e a Vauxhall da Grã-Bretanha. A maior parte da cooperação deveria ocorrer entre a Opel e a Peugeot.
“O projeto de desenvolvimento de uma nova plataforma comum para modelos do segmento B com a GM está em análise, bem como os termos relevantes do acordo de desenvolvimento”, afirmou a Peugeot Citroën em sua publicação de resultados. Foi estimada anteriormente a economia de US$ 1 bilhão de seu programa conjunto de desenvolvimento de veículos com a GM, mas foi afirmado que o valor “pode ser reajustado para baixo”.
A empresa sugeriu que o núcleo da parceria, um projeto para desenvolver carros pequenos, pode ser cancelado. “Outras análises mostraram que o modelo de negócio não estava lá”, disse um porta-voz da Peugeot à Reuters.
Europa
A GM adquiriu uma participação de 7% na Peugeot Citroën francesa no ano passado, tornando-se seu segundo maior acionista, mas a Peugeot Citroën vem examinando outras parcerias como confirmou no início deste mês.
Ambas as empresas têm enfrentado dificuldades na Europa. A Peugeot Citroën, a segunda maior montadora da Europa, reportou perdas em receitas de automóveis de 5,8% no terceiro trimestre. Ela espera outra queda de 4% na Europa em 2013, um reflexo do mercado europeu que lentamente se estabiliza.
A GM perdeu cerca de US$ 18 bilhões em operações na Europa nos últimos 12 anos e afirmou que espera parar o sangramento no meio desta década. Recentemente, a GM colocou as operações na Rússia sob controle. A Rússia é a única região de crescimento significante da Opel e o único mercado europeu de automóveis em crescimento.
Dongfeng
A Peugeot Citroën está em negociações para levantar um capital de US$ 4,13 bilhões e visa a concluir o negócio até o final do ano. Sob o acordo, o governo francês e a empresa chinesa Dongfeng Motor Corp teriam participação igual de cerca de 20-30%. Esta mudança de propriedade permitirá a GM sair da parceria, segundo uma cláusula no contrato.
A Peugeot atualmente opera três fábricas com a Dongfeng na China, que é o mercado mais forte da empresa. As vendas subiram 38% no terceiro trimestre, afirmou a Peugeot Citroën, e há planos para aumentar a capacidade de produção em dois terços até o final de 2015.
“A PSA continuará a ser uma empresa francesa”, disse o ministro da Indústria francês Montebourg Le Parisien, mas não negou que pudesse haver investimentos chineses.
Sascha Gommel, um analista de Frankfurt, disse ao Binary Tribute que a participação do governo seria negativa para a Peugeot. Isso diluiria os planos de reestruturação da empresa para manter mais empregos na França.
“Se a Peugeot quer superar seus problemas, eles precisam de outro parceiro. A Dongfeng poderia ser realmente boa”, disse Erich Hauser do ‘International Strategy & Investment Group’, à Bloomberg Television.
Georges Dieng, um analista da Natixis baseado em Paris, pensa diferente: “Isso deixa um buraco na estratégia [da Peugeot] e eu não vejo como eles podem preenchê-lo”, disse ele sobre a dissolução da parceria com a GM, segundo a Reuters. “A Dongfeng realmente não oferece uma alternativa.”