Uma fábrica abandonada na província de Shandong, Leste da China, foi descoberta recentemente como sendo a base de uma grande rede de tráfico de bebês, que importava mulheres grávidas para darem à luz e também buscava em lugares distantes para comprar recém-nascidos. Os bebês eram alimentados com macarrão instantâneo e legumes descartados, e alguns foram vítimas de abuso sexual, enquanto os traficantes procuravam compradores.
A polícia de Shandong resgatou 37 crianças e deteve 103 suspeitos envolvidos na rede de tráfico, segundo a emissora estatal Central Chinesa de Televisão (CCTV) em 12 de janeiro. A criança mais velha tinha três anos de idade.
A rede de tráfico vendia uma bebê-menina por cerca de 60 mil yuanes (c. US$ 9,7 mil) e um bebê-menino por 80 mil yuanes (US$ 13 mil), diz o relatório.
O grupo criminoso alugou uma fábrica abandonada num subúrbio da cidade de Jining para abrigar as mulheres grávidas até que seus bebês nascessem. A sombria fábrica atraiu a atenção da polícia em julho passado quando uma série de mulheres grávidas foi enviada para lá da estação de trem local periodicamente de poucos em poucos dias. As mulheres partiriam sozinhas dentro de alguns dias após o parto.
Imagens da CCTV mostraram a “sala de parto” na fábrica, um local pequeno, escuro e sujo e sem qualquer equipamento médico. Segundo a polícia, quando descobriram o local, eles encontraram sete suspeitos e um bebê recém-nascido que estava escondido sob dois cobertores.
Depois que os bebês nasciam, eles eram transportados para um hospital abandonado para doenças infecciosas na área rural para permanecerem escondidos até que os traficantes encontrassem compradores.
Os bebês eram mantidos num necrotério congelante no hospital abandonado e alimentados principalmente com macarrão instantâneo, legumes descartados e outros alimentos instantâneos, disse a polícia.
“Quase nenhuma das 37 crianças resgatadas é saudável. Todas têm diferentes graus de doenças”, disse o policial Hou Jun. Sete das crianças têm doenças sexualmente transmissíveis, incluindo AIDS e sífilis, disse a reportagem.
A rede de tráfico não só trazia mulheres grávidas de outros lugares para Shandong para darem à luz, mas também ia a outras províncias, como Sichuan e Yunnan, no Sudoeste da China, para comprar recém-nascidos, disse a reportagem.
É difícil encontrar os pais biológicos das 37 crianças resgatadas porque a maioria deles vendeu os bebês para os traficantes de boa vontade e por dinheiro. Apenas uma bebê de três anos foi devolvida aos pais, porque foi vendida pela avó e a tia contra a vontade da mãe, disse a reportagem.
As outras crianças estão sendo cuidadas por pais adotivos e dois orfanatos locais, segundo a polícia.