Rede de envenenamento de cães desmontada na China, 11 toneladas de carne encontradas

30/08/2013 12:55 Atualizado: 30/08/2013 12:55
Uma chinesa resgata um cão após um comboio com 500 cachorros, que seriam vendidos como carne, ser interceptado numa estrada em Pequim (STR/AFP/Getty Images)
Uma chinesa resgata um cão após um comboio com 500 cachorros, que seriam vendidos como carne, ser interceptado numa estrada em Pequim (STR/AFP/Getty Images)

Autoridades no leste da China disseram ter desmantelado uma operação que envolvia envenenar cães para obter sua carne, resultando na prisão de sete pessoas e na apreensão de 11 toneladas de carne canina.

A maior parte da carne de cachorro foi enviada para restaurantes. Funcionários da província de Zhejiang acreditam que a rede – que seria comandada por um homem de sobrenome Shi – esteve em funcionamento por vários anos, informou o Diário de Shanghai.

A repressão começou depois que um número de cães foi roubado na cidade de Haining. Em julho, as autoridades encontraram dois cães mortos, bolas de cera de alimentos e outros itens, que foram despejados por um suposto ladrão depois que ele escapou de ser capturado pela polícia. O caso finalmente levou os investigadores policiais até a operação de envenenamento de cães.

Os autores provavelmente usavam o veneno cianeto de sódio para matar cães de rua e de estimação, segundo a polícia. Suspeitos colocavam veneno em bolas de cera, que eram então inseridas em carne de frango ou pato, que eles usariam para atrair os animais para a morte.

Os membros da rede, então, levavam os cães envenenados para a casa de outro suspeito. Lá, havia um açougue usado para matar os cães e produzir carne deles. De acordo com relatórios recentes, o comércio de carne de cachorro na China ainda prospera.

Em abril passado, ativistas chineses interceptaram um veículo que transportava 505 cães apertados em 156 gaiolas minúsculas na província de Yunnan. “Não podemos impedi-los de comer cães, pois não temos uma lei de bem-estar animal. Apenas esperamos que o governo pudesse impedir traficantes de cães de fazer negócios com os animais”, disse um ativista citado pelo Daily Mail.

Em junho, a cidade de Yulin, na província sulina de Guangxi, realizou um polêmico festival de carne de cachorro em meio a críticas de grupos de direitos dos animais. No evento, carne de cachorro é servida num guisado com lichia e licor de grãos.

Grupos de direitos dos animais disseram que 10 mil cães são mortos para abastecer o festival com carne, dizendo que muitos estão eletrocutados, queimados e esfolados vivos. Fotos postadas em sites chineses de mídia social mostram cenas terríveis, incluindo cães pendurados em ganchos de carne e pilhas de cadáveres ao lado da estrada, informou o The Guardian.

Ativistas dos direitos dos animais protestam contra o hábito de comer carne de cachorro diante de um restaurante que serve tais iguarias na província de Guangxi, sudoeste da China (STR/AFP/Getty Images)
Ativistas dos direitos dos animais protestam contra o hábito de comer carne de cachorro diante de um restaurante que serve tais iguarias na província de Guangxi, sudoeste da China (STR/AFP/Getty Images)
Uma chinesa consola um dos 500 cães resgatados pela Associação Chinesa de Proteção dos Animas, interceptados num comboio numa estrada de Pequim (STR/AFP/Getty Images)
Uma chinesa consola um dos 500 cães resgatados pela Associação Chinesa de Proteção dos Animas, interceptados num comboio numa estrada de Pequim (STR/AFP/Getty Images)
500 cães são resgatados pela Associação Chinesa de Proteção dos Animas (STR/AFP/Getty Images)
500 cães são resgatados pela Associação Chinesa de Proteção dos Animas (STR/AFP/Getty Images)
A Associação Chinesa de Proteção dos Animas cuida dos cães resgatados num comboio interceptado que os venderia como carne (STR/AFP/Getty Images)
A Associação Chinesa de Proteção dos Animas cuida dos cães resgatados num comboio interceptado que os venderia como carne (STR/AFP/Getty Images)