Rebeldes sírios destroem igrejas e locais religiosos, diz relatório

24/01/2013 17:42 Atualizado: 24/01/2013 17:42
Rebelbes sírios inspecionam um veículo num posto de segurança na região de Jabal al-Akrad, na província nordeste de Latakia, em 22 de janeiro de 2013 (Aamir Qureshi/AFP/Getty Images)

Rebeldes armados na Síria destruíram locais religiosos nas províncias de Latakia e Idlib nos últimos meses, disse o Human Rights Watch (HRW) na quarta-feira.

Segundo o grupo de direitos de Nova York, os rebeldes destruíram uma mesquita xiita e saquearam duas igrejas cristãs em novembro e dezembro do ano passado.

“A destruição de locais religiosos está promovendo o terror sectário e agravando a tragédia no país, com dezenas de milhares de mortos”, disse Sarah Leah Whitson, diretora de Oriente Médio do HRW. Estima-se que 60 mil pessoas tenham morrido no conflito que já dura 22 meses.

Ela acrescentou, “A Síria perderá sua rica diversidade cultural e religiosa se grupos armados não respeitam os lugares de culto. Os líderes de ambos os lados devem enviar uma mensagem de que aqueles que atacam esses locais serão responsabilizados.”

Na Síria, cerca de três quartos da população são muçulmanos sunitas, enquanto há bolsões de cristãos, alauítas e muçulmanos xiitas em todo o país. A família de Assad, membros de seu governo e muitas das forças da milícia pró-regime são alauítas, que é uma ramificação do islamismo xiita.

No entanto, a maioria dos combatentes rebeldes, alguns dos quais vieram de outros países para lutar contra as forças de Assad, seria sunita.

Num vídeo que foi exibido pelo HRW, um soldado da oposição diante de uma mesquita xiita em chamas em Zarzour alegou que aquilo era parte da “destruição dos covis xiitas e do Rafida”, um termo pejorativo usado para se referir aos adeptos xiitas.

Em Latakia, nas cidades de Ghasaniyeh e Jdeideh, combatentes da oposição saquearam duas igrejas “em nome da oposição”, disse a organização.

O HRW disse que, embora muitas das forças da oposição aleguem proteger os interesses dos membros de todas as religiões, eles não têm abordado ataques contra lugares de culto de minorias.

“A oposição também não conseguiu frear pistoleiros envolvidos em saques e outras atividades criminosas, como sequestros”, disse o grupo de direitos.

O HRW apontou que o direito humanitário internacional estipula que as partes envolvidas num conflito armado não devem atacar intencionalmente locais de culto que não são utilizados para questões militares. Eles não podem pilhar, destruir ou danificar tais edifícios.

“Os ataques deliberados a locais religiosos que não são objetivos militares são crimes de guerra”, disse o grupo.

Moradores das cidades de Ghasaniyeh e Jdeideh disseram ao HRW que homens armados da oposição também sequestraram dois aldeões.

O último relatório do grupo de direitos humanos é mais uma indicação de que a guerra civil está se tornando cada vez mais sectária enquanto se aproxima de seu terceiro ano. Em dezembro, a ONU disse que os abusos desenfreados dos direitos humanos realizados por rebeldes e soldados do regime estão se tornando “cada vez mais violentos e imprevisíveis”, bem como “de natureza abertamente sectária”.

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