Rebeldes na RD Congo têm até amanhã para entregar armas, avisa Força de Paz da ONU

31/07/2013 15:49 Atualizado: 31/07/2013 15:49
Forças especiais da Tanzânia atuam pela MONUSCO em Sake (Sylvain Liechti/MONUSCO)

A Missão das Nações Unidas de Estabilização na República Democrática do Congo (MONUSCO) afirmou que todos os indivíduos na província de Kivu do Norte que não integram as forças de segurança têm até amanhã (1) para entregar suas armas em uma base da Missão e integrar o processo de desarmamento, desmobilização, repatriamento, reintegração e reassentamento.

“Depois das 16 horas de 1º de agosto, eles serão considerados ameaça iminente de violência física contra civis e a MONUSCO vai tomar todas as medidas necessárias para desarmá-los, incluindo o uso da força de acordo com seu mandato e regras de engajamento”, alerta comunicado emitido nesta terça-feira (30).

Será a primeira vez que a Força de Paz empregará sua brigada de intervenção para garantir uma zona de segurança na província. “Goma e Sake continuam muito vulneráveis e precisamos ter certeza de que elementos negativos não representarão mais riscos para os civis nessa área”, explicou o o comandante da operação, o general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz.

Mais de 1 milhão de civis vivem na relativamente pequena região de Goma e Sake e ao longo da estrada que liga as duas cidades estão campos de deslocados que abrigam temporariamente quase 70 mil pessoas afetadas pelo conflito.

A área tem sido palco de repetidos ataques do Movimento 23 de Março (M23) contra o Exército numa tentativa de tomada da região. “Nesses ataques, o último iniciado em 14 de julho, o M23 tem usado fogo indireto e indiscriminado, incluindo armamento pesado, ferindo civis”, destacou a MONUSCO acrescentando que instalações da ONU também foram alvo.

Ao longo do último ano, o M23 e outros grupos armados enfrentaram o Exército no leste do país. Em novembro, os rebeldes ocuparam brevemente a cidade de Goma. O combate – retomado nos últimos dias agora com apoio de grupos armados baseados em Uganda – deslocou mais de 100 mil pessoas, ampliando a crise humanitária. A região tem cerca de 2,6 milhões de deslocados e 6,4 milhões de pessoas precisam de comida e ajuda emergencial.

Esta matéria foi originalmente publicada pela ONU Brasil.

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