NOVA YORK – A Sra. Rebecca Yuchen Jiang recebe elogios por sua flexibilidade e determinação excepcionais, atuando pela companhia de música e dança tradicional chinesa ‘Shen Yun Performing Arts’.
No seu caso, não só sua flexibilidade é excepcional no sentido literal de um corpo físico flexível, mas também no sentido figurado, pois ela interpreta uma ampla gama de papéis com distinção em diversas peças de dança.
Por exemplo, no programa da temporada de 2012, a Sra. Jiang desempenhou papéis principais em duas peças.
Determinação e técnica
A dança ‘Nas montanhas’ retrata o povo Amei de Taiwan. De acordo com o programa do Shen Yun, “A dança Amei, assim como seu povo, enfatiza o trabalho em equipe, a coordenação e a comunidade.”
Na temporada passada, a Sra. Jiang esteve no centro como uma mulher Amei, sincronizando-se com outra dançarina e realizando agachamentos e giros em sequência – sem joelheiras para amortecer os joelhos que entravam em contato com o tablado de madeira. Especialistas em dança dizem que este movimento exige grande resistência à dor.
Na peça ‘Flocos de neve acolhem a primavera’, a Sra. Jiang realizou um movimento técnico deslumbrante. A peça é uma dança folclórica do nordeste da China que conta a história de uma última nevada que derrete e dá lugar à primavera.
Ao longo da peça, todos os dançarinos giram e manobram lenços brancos de lantejoulas. No ponto culminante da dança, a Sra. Jiang arremessa seu lenço para o alto e distante. E, enquanto o lenço sobe e retorna como um bumerangue, ela executa com destreza uma acrobacia (um tipo de mortal para frente) e retorna a posição para pegar com uma mão o lenço que volta rodopiando, despertando uma explosão de aplausos na plateia.
A jornada pela dança clássica chinesa
A Sra. Jiang, bilíngue em inglês e chinês, nasceu na Austrália, filha de pais chineses. Sua jornada para Academia de Artes Fei Tian e sua eventual integração ao Shen Yun começaram quando ela foi selecionada após uma competitiva audiência em Canberra, em 2007.
Na Fei Tian, a Sra. Jiang treina intensamente, com a maioria do tempo dedicada a aulas de dança e ensaios. Aquecimentos incluem 300 chutes com as pernas… Ela também estuda a língua, história e civilização chinesas num ambiente de sala de aula.
A Sra. Jiang já atuou em locais prestigiados na Ásia (Japão, Coreia do Sul, Taiwan), Austrália, Nova Zelândia e numa série de países europeus, assim como em muitas cidades nos Estados Unidos e Canadá.
Sua dança favorita até agora é ‘Forsítia em primavera’, na qual as dançarinas atuam com lenços alaranjados e rodopiantes, evocando os campos floridos que desabrocham e balançam ao vento.
Diversidade
Os programas de dança clássica chinesa podem incluir histórias e lendas, bem como danças folclóricas das etnias minoritárias da China. A Sra. Jiang falou sobre o estado de espírito que um bailarino deve ter e como expressar isso ao público em cada tipo de dança.
“Os Miao são um grupo étnico muito otimista e extrovertido”, disse ela, referindo-se à peça de dança ‘Numa aldeia Miao’ de 2011.
Por outro lado, ela observou que na peça ‘Mangas de seda’ da temporada anterior, “As mangas de água ou mangas de seda trazem uma sensação de grande suavidade”.
Na dança clássica chinesa, diz ela, “O sentimento é mais difícil de obter do que dominar as técnicas”.
“Você tem de ouvir e sentir a música. Numa dança histórica, você tem de se sentir como se estivesse realmente lá.”
Para as danças que retratam personagens históricos e lendários, como o general Yue Fei ou Mulan, os dançarinos também precisam pesquisar nos livros para entendê-los mais profundamente. “Para captar melhor a essência da história, nós pesquisamos e investigamos o assunto”, diz ela.
Ela comentou que a história real de Mulan é um pouco diferente do popular filme da Disney. “Não há ênfase em romance”, disse ela, embora a história original seja emocionante e inspiradora de outras formas, com a jovem disfarçada de soldado valente e liderando as tropas para a vitória na batalha.
Compartilhando a cultura tradicional
Embora tenha crescido em meio à cultura ocidental na Austrália, ela preza os valores da cultura tradicional chinesa. Dançar pelo Shen Yun a tem ajudado, diz ela, “a entender como a cultura chinesa é rica e quanto nós perdemos. A cultura moderna foi completamente distorcida pelo regime comunista.”
A Sra. Jiang afirmou que “os membros chineses da audiência dizem: ‘Isto que vocês chamam de tradição não é aquilo que o regime chinês produz atualmente.’”
Ela acredita que a cultura tradicional pode ajudar a “restabelecer a antiga glória à China”. Para os chineses que crescem no Ocidente, ela recomendaria, “Não esqueçam sua cultura e suas raízes.”
Para mais informações, visite: ShenYunPerformingArts.org